domingo, 20 de dezembro de 2009
Justiça
Até que todos os outros se transformem no monstro que sempre foram, adiarei o amor. Não preciso de mais enganos perversos, sorrisos falsos ou sofrimentos constantes. Da vida, tiro a paz e a felicidade que ela me dá. Se não a tens, e eu espero que sim, poderei finalmente chegar a conclusão que afinal, a vida é justa.
segunda-feira, 14 de dezembro de 2009
A minha carta
As regras moldam-te. A vida transforma-te. O amor vence-te. O desejo cria-te. Eu, apenas te contemplo. E sabes porque? Porque o vencedor fica com tudo.
Percorro o mapa e o teu nome vem nas letras pequenas. Afinal, não eras uma estação, eras apenas um aviso. Não eras uma paragem, eras uma paisagem. E eu, não era uma visitante, era apenas a multidão.
E agora que te vejo, o beijo não se esquece, mas não se merece. Fica no ar entre nós dois. Tu vens, e apertas a minha mão. Olhas-me mas não avanças. Afinal, o muro continua lá. E dizias-te tu vencedor?
Fiquei com tudo, sem ti. E tu ficaste comigo, mas sem nada.
sábado, 12 de dezembro de 2009
O meu batom.
É vermelho. É poder. É meu. E lá vão os tempos em que aparecia borratado na minha boca. Agora, o vermelho funde-se com os lábios com uma força demasiado grande. Querer não basta. Desejar não chega. Temer não é suficiente.
Cuidado, voltámos aos tempos que o vermelho é poder. O vermelho do meu batom, ou o vermelho do teu sangue. A escolha é minha. Mas a dor, é unicamente tua. E não, não tens de me agradecer.
domingo, 6 de dezembro de 2009
Quando pensava que o destino nos dava cartas de felicidade, eis então que me trazes de volta a fatídica realidade.
Então, deixaste-te uma vez mais iludir pelos sonhos imaturos. Fico sem perceber se nunca irás perceber, ou se gostas realmente de sofrer. Fico sem perceber como é a tua vida. Como é seres tu e todos os outros ao mesmo tempo. Porque tu não tens apenas uma cara. Dás a vida pela aparência de algo mais, e esqueces-te de ser quem és.
Ontem, voltaste a vê-lo. Ma sabes melhor do que eu, que a tua dependência está a chegar ao fim. Não porque queres, mas porque ele sempre quis. Assim quis que tu visses e sentisses a felicidade dele, como nunca antes sentiste. Escorregou-te da mão, para a estrada e, de repente, viste-te a ser atropelada. Desvias-te o olhar. Olhaste para o chão, e quando ele já tinha passado, deixou-te para trás com o seu perfume, e a tua tristeza. A verdade já sabias, mas senti-la é diferente. Não tenho pena nem compaixão. O destino, esse, foste tu que o escreves-te. Resta-te aceitá-lo. Vive-lo. Ama-lo e mata-lo. Teu, não será. Cabe-te a ti a decisão de aceitar que seja de mais alguém.
E sabes o que mais te custa? Nunca conseguiste lutar por ele. E eu, gosto disso. Finalmente, sabes o que é desejar algo que nunca te chegou a pertencer.
E tu sorris, fingindo que o teu veneno não se espalha lentamente pelo corpo. Continuas a fingir que tens coração. Não porque queres, apenas porque precisas de uma nova vitima para sobreviver a ti própria.
quarta-feira, 2 de dezembro de 2009
terça-feira, 1 de dezembro de 2009
Mais uma noite...
As coisas pressentem-se. Depois dos meses de silencio, decidis-te regressar mais forte que nunca. Não gosto de lhe chamar destino, mas as coincidências nunca existiram. Voltaste a ter o sabor de desejo que outrora tiveste.
Afinal, o tempo nunca espera por nós. Voltei a encontrar-te numa noite chuvosa, para contrastar com as memórias quentes. O coração voltou a bater descompassadamente por um objectivo apagado. Não consegui controlar. Sempre foste uma vontade superior. Avassaladora. Incontrolável. E o que faço eu? Limito-me a deixar que tudo se apague. Deixo-me apagar das tuas memórias, com esperança que tu te apagues nas minhas.
O que queria eu? Comandar o tempo. Voltar atrás. Fazer-me inesquecível demais para ser apagada. Importante demais para uma só noite. Não sei se o fui. Mas sei que tu o foste. Deixaste o mistério para trás. Mas cuidado, o mistério que te envolve pode ser o mistério que te mata. Não duvides. Afinal, o Tempo também te comanda.
Nunca desisti. Mas não luto. Os objectivos fracassados são assim mesmo. Inconstantes e dolorosos. Tu magoas-me, e eu desprezo-te, à espera do dia em que os papeis se invertam
Por favor, dá-me novamente o meu conto de fadas.
sábado, 28 de novembro de 2009
Momentos
A inocência da saía. A pureza do acto e o silêncio da noite. Tudo num só segundo. Deste-me aquilo que eu te queria dar, desprezo. Mas como sempre, antecipaste-te a mim. Do beijo à despedida. Tu sentiste-me muito antes do que eu a ti. Deixei que os contornos do momento fossem desenhados pela multidão, sem saber que fazias parte dela.
Sabes? Será que sabes a dimensão do que sou? Sabes, e por isso me desprezas. Não me julgo mais do que sou, tu é que me julgas. Julgas-me capaz de me atravessar no teu caminho. Mas eu não o fiz. E é isso que te assusta. Antecipas-te a mim, porque nunca consegues prever o meu próximo passo, sem saber que o dás primeiro que eu.
segunda-feira, 23 de novembro de 2009
A promessa
Existe algo que não compreendemos. Existe ainda um oceano mais fundo, e uma noite mais quente. Existe algures uma sepultura onde todas as mágoas jazem. Mesmo que queira, não a encontro. E o silêncio que emana dela traz-me todas as noites as lembranças mais dolorosas. O mundo paralelo. É a perdição e o encontro. É o desejo e a loucura. É a fome e a morte. É a insustentável dor do belo, do perigo. Do amor. Da saudade.
E o sangue derramado não passa de uma celebração à vida. Nunca fiz por o ter, mas a vida dá-me tudo, e tira-me aquilo que mais quero. Prepara-te para saíres dela tão depressa quanto entraste porque eu, passei a querer-te.
quinta-feira, 19 de novembro de 2009
%
Os caminhos traçados não se apagam. As amizades perdidas não se recuperam. A dor sentida não se esquece. O sorriso triste apenas permanece.
Quando o teu caminho se fundir com o nosso, e a desconhecida que te tornaste te magoe tanto como nos magoou a nós, não peças desculpa. Só digas olá, e finge que nada aconteceu porque nós, faremos o mesmo
segunda-feira, 16 de novembro de 2009
sábado, 14 de novembro de 2009
Utopia
Deixei uma etiqueta com o teu nome no meu pior passado. No meu mais importante momento e mais penoso sofrimento. Deste-me os parabéns quando devias dar os sentimentos.
E, no final de tudo, sempre consegui transformar-me na utopia que desejava. Queria tudo sem ter nada. Agora, não quero nada, mas tenho tudo. A utopia da aparência satisfaz-me a mente. O corpo, esse, deixo para trás juntamente com o sonho de me pertenceres. Desisti de ti, mas nunca vou desistir de mim. Porque desistir de ti, só os vencedores o fazem, mas desistir de mim, é para os piores perdedores.
Acidentes
A degradação da vida. Do corpo. Da alma, estava a falar mais alto, e fizeram-me tomar a decisão certa. O pouco poder que possuiu leva-me a escolher ficar em terra. Prefiro viver menos, e ter o Mundo na palma da mão. Conseguir fazer gira-lo ao contrario e ganhar o Mundo de todos os outros. Não porque os queira, mas acabarão por ser meus. Convenceste-me sem falares. Calas-te e mais tarde beijaste.
Afinal, não seria tudo mais fácil se os remorsos de ser quem sou não me afundassem cada vez mais? Não.
domingo, 8 de novembro de 2009
Os Homens Nao Choram
O sorriso que sinto falta é apagado por o muro de recordações que criaste á tua volta. Não te deixas levar pela felicidade da vida, e eu não deixo que ela seja apagada.
Continuas a viver no engano da tristeza, combatendo-a com a aparência do silêncio. Sabes porque pai? Porque os homens não choram.
terça-feira, 3 de novembro de 2009
A tarefa III
A cobardia insensata que predomina em mim e o desejo insano de me salvar de todos os outros levou-me uma vez mais aquele cemitério. Voltei a passar os Portões. Não tive medo como outrora tivera. Apenas me senti sozinha, porque sabia que ali, não tinha ninguém que me ouvisse. Dirigi-me ao tumulo dele. Sentei-me e olhei demoradamente para a fotografia. Já não consigo contentar-me com aquela fotografia. Está gasta de tanto a olhar. Está vazia de tanto o esperar. Está interdita de a morte nos separar. Se gostaria de morrer? Esta não é a verdadeira pergunta. Se gostaria de viver? Apenas sobreviver.
A mulher chegou por de trás de mim e olhou-me nos olhos. Não fez perguntas. Sabia que não ia responder. Limitou-se a sentar ao meu lado e declarou:
“ As promessas são para cumprir, e eu nunca consegui cumprir a que fiz ao meu filho”
Tenho uma tarefa para terminar.
domingo, 1 de novembro de 2009
Reflexões. II
Passei por aquele cemitério porque ficava na rota da minha comum vida. Decidi entrar. Sem destino e liberdade. Dirigi-me ao túmulo que figurava nas minhas ambições. Olhei em volta e não estava ninguém por perto. Sentei-me no chão. E simples acreditar no amor quando sabemos que é impossível. Ate hoje, limitava-me a lutar porque achava que tudo era possível. Depois desistia, derrotada. Gritava contra os amores impossíveis e perdia a paz de espírito. Finalmente, consigo sentir o que é a derrota. Não se trata de uma palavra, de uma pessoa ou de um momento. A única barreira da vida é a morte. Deparei-me com ela, quando olhei para o túmulo dele. A tristeza infinita abalou o Mundo que construi à altura dos meus sonhos.
Levantei-me e andei pelas secções de famílias. Histórias enterradas. Não me apetecia ir embora tão cedo. Apetecia-me desenterrar todos os segredos e vidas que não cheguei a conhecer. E dei por mim a depositar uma rosa branca no túmulo da minha vida. Se nos desencontramos, porque continuo a viver à tua espera?
Liberta-me.
sábado, 31 de outubro de 2009
A descoberta. I
Foi então que cheguei aquele tumulo. O branco imaculado não me surpreendeu. Só a data. Tinha a minha idade. Tinha o nome proibido. E jazia no chão que eu pisava. Consegui perceber a cara, as expressões e o sorriso. Não pisámos o Mundo no mesmo tempo, nem na mesma geração. Faleceu antes da minha chegada. E lá estava eu, a olhar para o túmulo imaculado, decorado com rosas brancas. Permaneci lá mais um bocado, esperando encontrar uma resposta. Não encontrei. Vim para casa. Não encontro ninguém que me de a paz de espírito que encontrei ali. Não e uma pergunta, é uma afirmação.
O que acontece quando as almas se desencontram?
segunda-feira, 26 de outubro de 2009
Pioneer the falls
Tentei aprisionar em mim as lembranças que aos poucos se vão apagando. Nunca percebi para que as quero. Também não está feito para perceber. Sei que agora, existem sentimentos sem nome, a pairar sobre mim. Tento afastá-los. Tento ignorá-los e muito depois, matá-los. Só hoje percebi que as lembranças é que me matam, e agarrada a elas vem os sentimentos sem nome e sem rosto, que me levam à loucura. Poderei morrer sem alma ou vaguear sem coração? Então porque existem recordações sem dono e sentimentos sem dor? Não sei, também nunca os tive. Li algures. Senti-los? As lembranças apagaram-se. As palavras gastaram-se. A dor agonizou-se. O presente acomodou-se. E eu finalmente conformei-me, resignada mas infeliz.
D - ‘ O presente leva-te a vida que pensas que não tens’
Ar - ‘ O presente apenas me arrasta a vida que não quero para o passado’
D - ’ Para o passado existir, tiveste de o ter primeiro. Tiveste de o sentir e concretizar em ti tudo aquilo que quiseste.'
Ar - ’ o problema, é quando não quero mais. Mas o presente escapa-me e traz me o futuro incerto. E esse, não posso julgar. ‘
D - ‘ Sabes porque? Porque sabes mais sobre ele, do que ele sobre ti. Ele pertence-te, mas tu ainda sabes’
Ar - ‘E ele virá e passará, eu vou acabar por não saber’
sábado, 24 de outubro de 2009
Lembras?
quinta-feira, 22 de outubro de 2009
Regresso
sábado, 10 de outubro de 2009
Agora, vou ficar uma vez mais pela terra que te pertence. Com os amigos que são teus. Com os sorrisos e também com as lágrimas. Foste a minha ultima esperança, mas também a maior de todas. A desilusão já não sabe a isso. A tristeza já se confunde com um permanente estado de espírito. O amor já parece a saudade. A frustração uma vontade de viver. Só te pedia o Mundo. Mas nem uma Noite conseguiste dar. Não me deste escolha, não te dou razão.
Os textos já se repetem. As palavras já me enjoam. As promessas já magoam. As lágrimas já não escorrem. Chegou a altura de viver com o que se tem e parar de esperar pelo que não se tem. Sim, desisto. Desisto do Mundo, mas só porque ele desistiu de mim. Desisto da escrita, mas só porque ela já não existe . E finalmente, desisto de ti, só porque sei que nunca mais.
Era uma vez. 10 de Outubro de 2009
quarta-feira, 7 de outubro de 2009
Páginas
E tu? Podias deixar.
Mas enquanto não tirares a armadura, continuo a figurar um mundo sem ilustrações. Tu não deixas colorir, mas eu não me deixo apagar.
terça-feira, 6 de outubro de 2009
sábado, 3 de outubro de 2009
Tiger
Pensei que a voltaria a enterrar como em tempos fiz. Mas parece que o destino a chama, quando mais ninguém o faz. Voltei a desenterrar a dor de lutar. Com ela, voltou o fogo e a esperança. A raiva e a vingança.
Prepara-te, enquanto me disseres o não, estarei à tua altura. Serei a sombra na noite e a luz no dia. Não terei paz, enquanto não disser que serás meu. Prendes-me com a recusa de me pertencer. Não encaras a vida com um jogo, mas cuidado. Estas dentro de um sem saber, e enquanto eu não for a tua rainha, não deixarás de ser o meu Rei. Mesmo que isso custe uma vida, um dia, ou uma hora.
Voltei, e pior que nunca.
terça-feira, 29 de setembro de 2009
Vejo-me forçada por mim, a dizer tudo aquilo que nunca disse. Não por achar que é tarde demais, mas por achar que o fim me leva a dize-lo. Não o admitia nem sequer percebia quem eras, ou talvez o que significavas. Deixava os sinais do corpo e da mente alertarem para o desconhecido, e preferia acreditar que não era tão vulnerável ao teu poder. Talvez soubesses melhor do que eu. Talvez sempre o tivesses sabido. Mas eu guiava-me pelo Mundo desenhado à minha altura, em que tu apenas fazias parte dum livro. As acções irreflectidas e os medos escondidos fizeram-me assumir duas identidades. Uma acreditava, uma não. Nunca soubeste distinguir qual sou, nunca te soube dizer o meu nome. Limitavas-te a falar e eu limitava-me a responder. Aos poucos, criaste um Mundo muito maior do que o meu. Mas eu não o sentia.
Agora, em que o final esperado chegou, não escrevo com o intuito que voltes ou de relembrar o passado. Não o faço. Vou me limitar a dizer aquilo que, por muitas palavras a ti dirigidas, nunca dissera. A minha verdade. Foste aquilo que eu esperava que fosses, mas eu não fui aquilo que tu querias que fosse. Sou do tamanho das minhas emoções. Mas elas não comandam a vida. Por mais que eu queira, ou por mais que tu tivesses querido. A desilusão encontrou-me quando a tua chegou ao fim. A verdade vem com o teu nome e com as lágrimas que nunca cheguei a deitar.
A coragem falha. A minha, já falhou vezes demais. A ti, que sei que mereces. A mim, que também mereço.
The End. *
segunda-feira, 28 de setembro de 2009
Andanças
Delicia-me a forma como te colocas na minha vida, só tenho pena que sejam apenas alguns minutos. Tornas a desaparecer tão depressa quanto apareces, e deixas para trás o mistério de te ter só para mim. Não desisto, e tu sabes disso.
sexta-feira, 25 de setembro de 2009
terça-feira, 22 de setembro de 2009
Perigos
Gostava de te morder. Gostavas de me provocar. Gostava de te beijar. Gostavas de me olhar. O jogo do Mundo sem batota coloca-me sobre a horrível realidade do presente. Não és o meu pecado original, mas podias ser. Não és o principie, nem o monstro. És inquestionável. Seduz-me o mistério do teu poder. Mas não brinques com o fogo, não há nada a temer. Mostra-me a tua vulnerabilidade e eu mostro-te a armadura de que sou feita. Não há segredos nem preconceitos. Sou feita do conceito de que tu és feito. Mas não serei eu a primeira a ceder-te as armas. O trunfo será sempre meu. Deixa-te apenas com aquilo que melhor tens. E acredita, és forte, mas não o suficiente.
Não sou grande, apenas sou do tamanho do Mundo que me criaste. O único problema, é que quando o deixaste, esqueceste-te de apagar as armas.
sábado, 19 de setembro de 2009
She
Poderia começar por dizer que hoje e o primeiro dia do resto da minha vida. Mas não o vou fazer. Hoje, é apenas o começo de mais um começo. A palavra finalmente não se contextualiza. Apenas me perguntei o que seria de mim hoje, e limitaram se a responder com um amanha. Mas não irei permitir que uma vez mais o futuro sirva de desculpa para o meu presente.
Tudo o que passou será isso mesmo, o passado mal relembrado. Não adianta despedidas nem remorsos. Não adianta desculpas nem perdão. Não quero. Prefiro deixar tudo como está e seguir em frente. Prefiro um presente nostálgico do que um futuro assombrado.
Hoje, existe a calma no olhar e a esperança no pensamento. Preferi que te tornasses num pedaço de papel, do que um bocado de coração. E nada nem ninguém irá mudar isso.
domingo, 13 de setembro de 2009
Say goodbye.
‘Obrigado por aquilo que vivi, e eu perdoo-te por apenas me dares uma vez num ano.’
sexta-feira, 11 de setembro de 2009
Gosto. Nunca neguei. Sempre gostei de te ver sem fim nem destino. Mudas as personagens e apagas o passado. Não falas de ti, para que ninguém saiba o que foste. O que fizeste. E o que conseguiste. Tentaste vencer as memórias, mas foram elas que te venceram a ti. O mundo em que vives rompe-se com a dor das tuas mentiras. A metáfora que criaste para a felicidade impede-te de crescer. Parabéns. Vives no engano que desejas criar para os outros. Pergunto-me quando desistirás e tu perguntas-me quando desaparecerei. E eu digo-te, desaparecerei quando encarares o medo como um desafio, e não como uma derrota. Quando decidires ser gente, e parar de ser uma personagem de um livro com um final feliz.
Odeio-te demais para te conseguir amar.
quarta-feira, 9 de setembro de 2009
sábado, 5 de setembro de 2009
Duplo homicidio
Gostei de te sentir. Gostei de te provar. E foi um prazer, matar-te.
quinta-feira, 3 de setembro de 2009
Vestigios
A perdição levou a desculpa dos actos. Quando pensava que era a ultima vez, eis que alguém me provava o contrario. Sucediam-se as tentativas falhadas de encontrar aquilo que mais queria. O final triste compensava um inicio repentino. A alma solitária desculpava os actos irresponsáveis. Tudo o que ficava para trás morria com o sal e a saudade dos tempos felizes. Adiei demasiado tempo a minha chegada ao mundo real, mas ela acabou por acontecer nas tuas mãos. Em ti, tudo e diferente. Desejar-te não basta para te ter. Finalmente, a verdade do tempo assusta-me como nunca antes me assustou. Dá me os obstáculos mais difíceis e as travessias mais complicadas. Para mim, bastava não contar idades e paixões. Beijos e olhares. Ignorar o que o Mundo se esforça por dizer em acções, e ficarmos pela felicidade aparente da imaginação.
Agora, tento imaginar como seria o decorrer do dia, se não aparecesses na minha vida. Quero-te, mas sei que não posso ter. Então afasto-me, e tenho-te sem te querer. Espero por ti nos cantos e recantos que sei que são teus. E insistes em aparecer nos meus. Não sei até quando durará, mas sei que agora, quero-te para mim. Mordo, mas não te mato. Quero-te vivo, antes de morreres de vez. E sei que nessa altura, será para sempre.
A razão enfraquece, mas não destrói.
terça-feira, 1 de setembro de 2009
Querido, guarda a mascara e o punhal. As rosas e o coração. Mas espera-me. Espera-me como nunca antes me esperaste. Espera-me esta noite nessa cama que nunca foi minha. Nesse quarto que nunca vi. Nessa boca que nunca beijei. Espera-me, não por aquilo que tens, mas sim pelo que não tens. Espera-me, não como se eu fosse outra, mas como se eu me despedisse da personagem. Espera-me, não para compensar a falta de amor, mas sim pela falta que tens deste. Não para me abraçares, mas para te despedires. Não irei fazer promessas. Não irei mentir. Não irei fugir da verdade, como sempre fiz. A verdade simplesmente torna o presente doloroso demais, para ser vivido. Para ser relembrado. Porque, apesar de tudo, as memórias felizes também se apagam. Até mesmo os meus vergonhosos sentimentos. Mas por ti, nada vale a pena. Nem mesmo o amanha, que torna o meu presente tão vazio. Mesmo que ainda estejas nele. Porque por ti, nada é pouco demais para descrever aquilo que espero, e aquilo que tenho. Porque nada, é apenas o medo de que isso seja o nosso futuro. Porque querido, por nós, tudo. Mas por ti, nada.
2008
segunda-feira, 31 de agosto de 2009
sábado, 29 de agosto de 2009
Fantasias de Criança
Vivo tudo com maior destreza e desafio. Agora que morri, encaro o limite sem medos. Tento parecer como todos os outros. Sem perguntas nem paixão. Viver com o corpo sem responder com a alma. Aos poucos, todo o mundo que construi para mim, cai aos meus pés. Nunca percebi que o tinha construído frágil demais para a minha caminhada. Para as minhas tempestades e para os meus dias de verão. Ignorava que vivia no Mundo de cristal, com pessoas de fantasia.
Agora, tudo custa mais a enfrentar. Olho para os destroços encarando-os como um tumulo. Não dizem o quanto ali fui feliz. Também não preciso que digam. Não preciso de mais memorias de dias alegres. Quero a razão de viver, quero a verdade e não o engano. Quero a felicidade pura, para contrastar com o sofrimento real.
Vou dizer não, para amanha conseguir dizer sim. Vou mudar de rua, para amanha mudar de país. Vou mudar de destino, para amanha mudar de vida. Vou mudar de coração, para amanha conseguir levantar-me.
sexta-feira, 28 de agosto de 2009
segunda-feira, 24 de agosto de 2009
Parece que foi agora. Afinal, provei a mim mesma que o poder das promessas não basta para as cumprir. Não basta desejar para ter nem chorar para ficar. Provei a mim mesma que os tempos tristes não acabaram.
Agora que me despedi de ti, sem remorsos nem carinhos, tenho-te sem te querer. Os dias azuis foram substituídos pelo meu permanente cinzento de espírito, e os planos delineados foram, um a um, esmagados pelo teu poder. Afinal, tanto te desejei que acabei por te renunciar. Afinal, eras memorias de fumo, sorrisos apagados e sons esquecidos. Afinal, eu era apenas mais uma, era apenas a criança no deserto e a rapariga na cascata. Afinal, prometi o que não cumpri, e desejaste o que não tiveste.
Afinal, escrevo o que não quero e sinto o que não consigo. Afinal, chegaste, vivi-te e desiludiste-me. Não eras o que eu esperava, foste algo bem pior. Por ti não choro mais. Por ti renunciarei uma vez mais aos tempos tristes. As saudades incontroláveis e as lágrimas orgulhosas. Por ti, esquecerei pessoas, lugares e momentos. E por ti, chamarei todas as noites, com esperanças que quando voltares a viver dentro de mim, me dês mais do que três meses inesquecíveis. Dás-me os pecados, mas não mos perdoas. Dou-te o perdão, mas quero vingança. Deves-me mais do que aquilo que me das.
Volta para sempre ou fica ate ao final. Ele também não durará muito mais.
quarta-feira, 19 de agosto de 2009
terça-feira, 11 de agosto de 2009
Injustiças
As ideias suicidas passam me a uma velocidade alucinante pela cabeça. Uma por uma, tornam se cada vez mais aliciantes. A injustiça apetece-me acabar comigo e com tudo o o que resta. Já não sou eu, e ninguém é comigo. Porque irei eu continuar a viver para quem não quer?
A felicidade escapa-me pelos dedos fechados, como se nunca tivesse existido. Mas houve, e é por isso que agora sinto a sua falta. Não consigo perguntar quando ela virá novamente, só sei que não aguento muito mais esta dor infernal. Quero poupar-me, mas não vos quer poupar. Tal como eu não merecia, vocês também não merecem.
' Sinto-me sufocada pela preocupação de ser uma boa filha, e esquecem se de serem uns bons pais. Vivo aterrorizada com a ideia de vos perder, mas vocês vão me perdendo aos poucos e não se apercebem. Vivo triste com a alegria que me depositam. Nunca me ausentei muito menos deixei de gostar de vocês, mas o crescimento gradual não vos da razão. Eu não quero o Mundo, apenas quero viver nele. Eu não quero ser como elas, apenas quero apreciar com elas. Eu só queria um sim, e a resposta é sempre não.
Um dia mais tarde quando vos perguntarem se terão saudades minhas, vocês dirão sim, e arrepender-se-ão de todos os nãos que me disseram.'
'Não desperdiçarei muito tempo contigo. Nunca te deste ao trabalho de o fazer comigo. Gostava da felicidade aparente que me davas. Mas descobri que não era só ela que era aparente. Em ti, não se distingue o real. Não se distingue o certo e o errado. Guias-te pelas tuas regras e preconceitos, mas não arrastes os outros contigo. Deixo-te ir a caminhar na direcção do poço, mas não me importo. Afinal, percebi-te antes de me conseguires perceber. Afinal, não eras o labirinto, eras apenas uma direcção. Afinal, eu não era um troféu, era apenas mais uma prova. O Prémio não é teu. A felicidade também não. De mim, tens aquilo que me ofereces. A mentira de ser como tu. E digo-te, sabe bem.'
sábado, 8 de agosto de 2009
quinta-feira, 6 de agosto de 2009
quarta-feira, 5 de agosto de 2009
domingo, 2 de agosto de 2009
Desintoxicação
Desintoxicar-me de ti, será o mais fácil. Difícil é que pares de viciar.
Regresso
Morde. Mas morde sempre para matar. Não gosto que tenhas testemunhas dos teus crimes, Ar.
sábado, 25 de julho de 2009
Partida parte II
Chegou a minha vez. Chegou a altura de partir e esquecer. Nao há nada que mereça ser lembrado. Vou sem remorsos. Talvez venha com eles, ou talvez nao.
quarta-feira, 22 de julho de 2009
Será que as asas se conseguem coser?
segunda-feira, 20 de julho de 2009
Onde está a Rita?
quarta-feira, 15 de julho de 2009
Maldita sejas, pobre criatura. Nada nem ninguém te salvará do abismo onde te encontras. Continua a lutar pelos minutos de vida que te restam. Sabes que são poucos, por isso aproveita. Acabarás como todos os outros. Viva por fora, e morta por dentro. Salva o coração, e pede-me perdão.
domingo, 12 de julho de 2009
Repetições
Repete-se a despedida. Repete-se o Adeus e o nunca mais. Repete-se o amor magoado, o amor eterno e o amor desigual. Repito-me eu sem que nos tornemos a repetir. A mesma histórias com diferentes finais. Modificadas personagens e diversos momentos. Escrevo-te, porque a parte preenchida por ti, continua maior do que todas as outras. Escrevo-te, porque a esperança é sempre maior do que a tristeza. Escrevo-te, porque hoje não me apetece dizer fim, mas sim ate já. Porque afinal, nunca reconheci o final como eterno, mas sim como passageiro.
Danças comigo?
sexta-feira, 10 de julho de 2009
Caminhos
Hoje, contrariando todas as perspectivas e emoções, sinto-me triste. Não vou fazer disto o meu diário nostálgico e desesperado. Vou confessar o que sinto e o que penso.
A incompreensão suscita-me tristeza. A hipocrisia que reina a minha volta consegue de algum modo perfurar o meu mundo e trazer-me a tristeza quando devia reinar a alegria. Consegui resistir durante muito tempo, mas não consigo mais. As mentiras, as opiniões, as falsidades arrastam-me na incerteza de que para onde quer que vá, o que quer que faça e onde quer que esteja haverá sempre alguém que apontará para mim e dirá algo que faça com que o meu dia deixe de brilhar. As vezes, e fácil dizer que pode-se ignorar. Mas não, não pode. Não se consegue ignorar os sentidos. As vozes e os sussurros. Para mim, é mais fácil ignorar o que gosto, e deixar-me levar numa existência solitária, que ninguém veja, fale ou oiça.
As vezes, a invisibilidade e o melhor caminho.
terça-feira, 7 de julho de 2009
Borracha.
“ A passagem de um ciclo intensificou-se com cada lágrima que deitei. O fogo de artifício deu lugar ao fim. Desejei comemorar tal como a chuva de cores no céu fazia, mas não consegui. Limitei-me a contemplar a felicidade, como sempre fiz, e a deixa-la ir embora.
No final, deixei a esperança e uma rosa branca. “
Caminhava sobre a aprovação e o barulho intenso do fogo do céu. Não me apetecia ir embora, mas sabia que o tinha de fazer. Sabia que tinha de dizer não, quando queria dizer sim. Sabia que tinha de avançar para a frente quando gostaria de voltar atrás. Sempre soube mas sempre ignorei. O derradeiro momento parecia sempre longe aos meus olhos. Mas ele chegou e não há como o evitar. Esqueceste-te de mim quando todos se lembraram. Apagaste-me tal como te apaguei. Agora, que queria que fosses meu, já não és mais.
Mas alguma vez foste?
domingo, 5 de julho de 2009
Porque?
sábado, 4 de julho de 2009
Vamos dizer nao?
quinta-feira, 2 de julho de 2009
domingo, 28 de junho de 2009
Morte
A vida dará mais um passo em frente, e eu darei só mais um para trás. Serei tão insignificante para a vida do universo como aqui. O corpo ficará entregue á terra que um dia reneguei.
Porque um dia, ainda tinha esperanças.
terça-feira, 23 de junho de 2009
quelqu'un d'hier
Na verdade, nem sei porque te escrevo. Nunca deste sinal de vida, porque também não a tens. Morreste e eu quero-te vivo. Deixei de acreditar em milagres, quando deixei de acreditar em ti. Mas tu, podes continuar a acreditar em mim. Não há perigo de te mentir, porque também não perguntas. Somos inquestionáveis e passageiros. Somo o espírito, a alma e o grito do mundo.
Segue-me, mas não me espreites. Agarra-me, mas não me sonhes. Beija-me, mas não me mordas. Adora-me, mas não me ames.
permettez-moi ou suivez-moi. Tout comme il n'est pas légitime.
segunda-feira, 15 de junho de 2009
Vamos fingir?
Não respires nem sequer olhes. Vou fingir que não te tenho por perto. Vou fingir que nao respiras o mesmo Ar que eu, e tu vais fazer o mesmo. Vamos ser indifrentes e inquestionáveis.
Porque fingir? Apenas porque tambem consigo jogar o mesmo jogo que tu. Por que tambem consigo dizer mentiras e agir com desprezo. Apenas porque tambem te consigo fazer desaparecer quando quero, e quando queres.
Vamos fingir que nao jogamos e que apenas vivemos. Vamos fingir que não conheço o teu sabor nem tu o meu corpo. Vamos fingir que és apenas tu e eu, apenas aquela. E finalmente tu, vais poder deixar de fingir que gostas de mim. E eu, vou finalmente fingir que tambem não gosto de ti.
domingo, 14 de junho de 2009
quinta-feira, 11 de junho de 2009
K*
Por causa de ti, transformei a noite no dia e as horas nos minutos. Nada me chegava. Nenhum beijo me saciava e nenhuma palavra me calava. Não te queria mas desejava-te. Afastava-me quando na realidade te prendia. Nunca percebemos, mas a barreira invisível tornou o pecado mais aliciante, os beijos mais escaldantes e o perigo mais delirante.
O dia traz-me a realidade. E tu não a és nem nunca foste. Traz-me a dor e a decepção. Talvez porque só existas de noite. Talvez porque só sirvas para o pecado. Talvez porque não goste de ti. Ou talvez porque goste.
Está a entardecer. Não te recordo com tristeza nem sequer com saudades. A noite aproxima-se e quer estejas incluído nela ou não, ela pertence-te. Mesmo que seja apenas em sonhos. Mesmo que nunca dure para sempre. Mesmo que não me ames, Não importa. Os pecados são incapazes de amar, por mais que digam que sim. Mesmo que te tente amar, e nunca passe disso.
Mesmo que tudo esteja a desaparecer. Mesmo que te estejas apenas a tornar no mortal que sempre foste.
sábado, 6 de junho de 2009
terça-feira, 2 de junho de 2009
Vicious
Gosto deste momento. Gosto deste tempo chuvoso, em que morres lentamente pela inconsciência. Não matas, mas também não deixas viver. Simplesmente te deixas navegar no tempo. Não gosto de ti. Não gosto da tua personalidade e da tua falta de sinceridade. Não gosto que sobrevivas por momentos. Tu também não. E é por isso que morres. Não consegues suportar o vício. A necessidade consome-te mais do que todas as outras forças, e na ausência de consumo, deixas-te apagar. Não te censuro. Sabes porque? Porque o vício que te salva, também é o que te mata. E quando morreres, ele continuará a viciar. Porque é ele o teu vício, não tu o dele.
segunda-feira, 1 de junho de 2009
Wish
Porque? Porque não podes pedir aquilo que desejas, mas podes fazer muito mais do que isso. Podes ser o desejo e a perdição. Podes ser a carne e a alma. Não recuses, também não aceites. Cria as regras e sobrevive a elas. Se não morreres, mais ninguém morrerá. Os limites impõe-te, as regras criam-te. A imaginação desenvolve-te. O amor mata-te.
Make it happen.
sábado, 30 de maio de 2009
So why did I do it? I could offer a million answers, all false. The truth is that I'm a bad person, but that's going to change, I'm going to change. This is the last of this sort of thing. I'm cleaning up and I'm moving on, going straight and choosing life. I'm looking forward to it already. I'm going to be just like you: the job, the family, the fucking big television, the washing machine,clearing the gutters, getting by, looking ahead, to the day you die.
I chose not to choose life: I chose something else. And the reasons? There are no reasons.
terça-feira, 26 de maio de 2009
Céu
As horas passadas a olhar para o branco imaculado do teu tumulo em nada diminuiram as saudades que tenho de ti. Pergunto-me se quando alguem olha para ele, conseguem ver, tal como eu vejo, a pessoa que ele cobre. Mas nao veem. Ninguem sabe o que cada pedra protege. O que cada pessoa é. O que cada pessoa foi.
Deixei-te a flor vermelha. Deixei-te o amor, a saudade, o carinho e a tristeza. Nao ficaste comigo, mas eu ficarei sempre contigo. Mesmo que para isso, tenho de me dirigir ali. Onde a morte paira no ar e a tristeza se respira. Porque avô, podem passar dias e anos, mas ainda me lembro de ti. E por cada lagrima que deito, desejo que estivesses aqui. Mas nao estás, e elas continuam a cair, e a pedir em silencio.
Porque o branco imaculado do teu tumulo é apenas isso e nada mais.
segunda-feira, 25 de maio de 2009
domingo, 24 de maio de 2009
Verdades
O criminoso volta sempre ao local do crime, mas nem sempre volta a matar.
domingo, 17 de maio de 2009
Marés
sábado, 16 de maio de 2009
Noites
terça-feira, 12 de maio de 2009
A dolorosa consciência serve me de inspiração e alento para sobreviver apenas com a dor da verdade. Os espaços em branco das palavras que ficaram por dizer foram preenchidos pelo silencio da nossa vida. Não há gritos nem vozes. Há o silêncio de um luto prolongado. Sinto-me num funeral a dois. Tu, que morreste, e eu, que choro por ti.
Pergunto-me quando serei forte o suficiente para te cobrir com terra.
terça-feira, 5 de maio de 2009
O som monótono que se fazia ouvir ritmava o meu corpo. Passava em cima do alcatrão como se pisasse o vermelho. Não queria mas também não fugia. Deixava que tudo de prendesse. Sempre foi assim. Só que nada dura mais do que um segundo. A paisagem abre alas a novos horizontes. Os sons do salto alto deixam de se ouvir e finalmente torno-me na mortal que sempre fui.
Não amo. Não desejo. Não ambiciono. Sou condicionada por o que sou e não pelo que idealizas. Permites acabar um sonho para começares o meu pesadelo. E eu, apenas deixo que ele continue. Sempre assim fomos. Um dia, vou tentar novamente amar-te. Um dia, pode ser que não voltes a fugir *
sábado, 2 de maio de 2009
(A)
Um dia de (a)manha.
Acordei. O aparelho das novidades estava pousado sobre a mesa. Não o esperava nem sequer suspeitava de um sinal de vida teu. Mas ele apareceu sem pedir licença. Lá estava o nome que eu perdi. Lá estava a mensagem esquecida. Lá estavas tu, tão vivo quanto eu. Um sinal, que vem demasiado atrasado para a história apagada.
Mostraste-me que estás vivo, e agora sou eu que me faço de morta. Não vivo no teu Mundo. Não me incluías nos teus sonhos. Não me desfaças na realidade. Perdeste-me depois de te perder. Mas sabes qual e a diferença entre nós? O criminoso volta sempre ao local do crime.
segunda-feira, 27 de abril de 2009
Medalha
Quando a lágrima surge nos olhos.
Quando vivemos no passado.
Quando detestamos o presente.
Nao sou eu, nao é o outro.És tu. Mesmo que nao tenha nada para te oferecer. Esqueci-me do Mundo, só porque te esqueces-te do tempo. Mas lembro-me de nós. Por todos os momentos que nao temos. Pelo mundo destruido. Pelo amor inexistente. Pelo paraiso no inferno. Lembro-me de ti.
Porque até a moeda tem duas faces.Nao sou apenas uma delas. Sou o verso e o reverso. Sou a crença e a descrença. Acreditas? eu tambem não.
sexta-feira, 24 de abril de 2009
terça-feira, 21 de abril de 2009
Partida
Aquela sensação vazia de que poderia ter feito tudo, mas nada fiz, afunda-me. Aproxima-se o momento crucial da despedida. Não sei se conseguirei passar uma vez mais por ele. Não sei por quantos mais passarei. Diz-me que este e o último, e eu direi que não. Diz-me que não e uma despedida. Eu direi que sim. Entre nós não há despedidas. Entre nós não há beijos nem abraços. Entre nós, há o vazio de um mundo por preencher. Não o coloriste, e também não será na despedida que o irás fazer. Não é opção. Não é escolha. Não é obrigação. É a vida.
Ficou por dizer o quanto gosto de ti. Ficou por dizer o quanto tremi quando te voltei a ver. Ficou por dizer o quando irei sentir a tua falta. Contei que o olhar transmitisse tudo o que as palavras não transmitiram. Mas sei que não e possível. Porque nem as palavras o conseguiriam transmitir. Preferi acreditar que iria ter todo o tempo do mundo contigo, mas esqueci-me de que não temos mundo. Preferi acreditar que o tempo era lento, mas esqueci-me de que entre nós o tempo é rápido e transparente.
Recomeçarei a construir o Mundo que a chegada do teu destruiu. O meu Mundo. E não, não fazes parte dele.
segunda-feira, 20 de abril de 2009
As Palavras Estao Gastas
És o projecto de amor inacabado. És a lua na fase cheia. És o quarto minguante ao fim de semana. És o sol o dia inteiro.
Gastas-te o brilho nas pedras da calçada. Gastas-te o sorriso nos jogos sem derrota. Gastas-te o amor que não tinhas. Gastas-te as horas nos minutos.
Ao fim da tarde, caminhei uma vez mais para o verde. A ausência de destino fez com que o vento me orientasse. Nunca gostei da solidão, mas ela esta lá, quando mais ninguém esta. Aprendi a ama-la como tu aprendes-te a odiar-me.
Gastei o sal dos olhos. Gastei a voz. Decidi desistir e logo a seguir sobreviver. Não és forte o suficiente, mas eu sou.
Não és o monstro que pedi. És bem pior que isso.
domingo, 19 de abril de 2009
Morrer antes de nascer.
É uma morte para quem não a sente. É uma morte escura, que passa por entre as linhas da vida, e nos leva para curvas da morte.
Podes destruir as ruínas. Podes apagar o lume. Podes esquecer o ritmo. Podes até sobreviver. Mas a morte certa afunda-te para um caminho final. Já a esperei. Já desesperei. E agora? Já lá estou.
Morri, mesmo antes de respirar o Ar.
Porque Ar, é apenas mais uma forma de sobrevivência, e não de vida.
Ser vida é ser LIVRE.
sexta-feira, 17 de abril de 2009
terça-feira, 14 de abril de 2009
Escolhas.
Escolher é separar destinos e juntar almas. Escolher é orientar futuro e definir rotas. Apagar o passado e delinear o presente.
Escolher é a obrigação escondida nos sorrisos de vidro e lágrimas de cristal. Escolher és tu e eu.
Eu escolhi num dia de chuva. Preferi que fosse ela a apagar o meu rasto sobre o teu caminho. Preferi que fosse ela a dizer-te que partira para sempre, não eu. Escolhi que fosse ela a dizer-te ‘Adeus’. Andei sem parar por os caminhos já conhecidos. Não parei para olhar para trás. Escolhi ser eu, e não ela. Escolhi partir do que afundar. Escolhi esquecer do que amar.
Porque escolher, custa mais do que partir. E partir, foi escolher sem ti.
segunda-feira, 13 de abril de 2009
Em oito meses chorei-te, amei-te e esqueci-te. Em oito meses apaguei-te, relembrei-te, matei-te e nasceste. Em oito meses vivi, sobrevivi, sorri e esqueci.
Esqueci-me de que tudo e mais forte que eu. Esqueci-me do que e estar ao teu lado. Ver-te e sentir-te. Esqueci-me de como és, de quando és e de onde és. Preferi esquecer-te do que reviver-te. E talvez por isso não te consiga expulsar. Descobri que tenho demasiadas saudades para o fazer. Deixem-me ficar na minha ilusão aparente, mesmo que ela apenas dura 8 dias, em oito meses.
E quando tiveres de partir, que seja para sempre, porque apenas a Fénix ressuscita das cinzas.
domingo, 12 de abril de 2009
sábado, 11 de abril de 2009
Deste-me o jogo mais emocionante. Deste-me a vitória consecutiva em todos eles. Usei e abusei do meu poder sobre ti, para que um dia também utilizasses o teu. Jamais iria saber era que o teu me iria colocar fora de jogo.
Hoje, voltei ver-te. Não te olhei como te olhava no passado. Não te convidei para jogar, porque tu também não o fizeste. Limitaste-te a observar todos os meus passos na tua direcção. Mas eu não avancei. Deixei-me ficar pela retaguarda. Uma vez, jogaste no meu coração, hoje não jogarás mais. Sabes porque? Porque não te perdoo teres deixado fazer xeque ao rei.
Um dia, governei o teu jogo. Tu, governaste tudo o resto.
Leva o teu sol e devolve-me a chuva. Prefiro andar descalça do que queimada. Prefiro o frio ao teu calor. Apenas porque um dia fui tua. E tu, nunca me pertenceste. E não, nunca te vou perdoar.
sexta-feira, 10 de abril de 2009
Confissões
Tudo se tornou demasiado pequeno para ti. A casa, as ruas, a terra e a vida. Tornaste-te merecedora de uma parte do mundo. Não te negam, tu e que não aceitas. Não aceitas toma-lo como teu. Não aceitas vida para além das quatro paredes.
Não tenho medo de ti. Também não tenho pena. Diz-me apenas, matarias por prazer? Então porque o fazes?
Porque a derrota tem o sabor da vitória, Rita.
terça-feira, 7 de abril de 2009
Existencias
Não quero que te tornes uma passagem violenta do meu livro rasgado. Não quero ocupar nenhuma folha de papel com o teu nome. Sabes porque? Porque a tinta com que eu escrevo é permanente.
Acordei com um leve temor pelo dia que se seguiria. Não o esperava agitado. Levantei-me, e as nuvens negras que cobriam o céu, cobriram-me também o espírito. Na verdade, não me importei. Continuei descalça pelo azulejo frio como forma de penitência. Não tinha roupa. Também não precisava. Abracei o frio como um velho inimigo e deitei-me no chão. Permaneci lá horas demais para serem lembradas. Vi e revi o livro da minha vida. No final, decidi rasgá-lo. Desejei que o próximo fosse feito de páginas coloridas e a capa fosse coberta de felicidade. Levantei-me, olhei-me ao espelho, e desejei ser a pessoa que via, e não a que sou. Talvez assim fosse tudo mais fácil. Vesti-me e fui para a rua viver o meu Outono antecipado.
E as folhas caiam no chão para disfarçar as lágrimas que acompanhavam.
Finalmente, sinto no ar aquele medo característico que te antecede. A tua chegada em nada mudará a minha vida reconstruída. A tua presença em nada afectará os meus sonhos despedaçados. Trazes o verão contigo em cada poro. Trazes lembranças e memorias esquecidas. Trazes longos meses de separação e momentos passados. Passaram dias e pessoas. Passaram amores e desejos. Expulsei-te há demasiado tempo para conseguires voltar. Derramei tudo o que havia para derramar para sobrar algo de ti em mim. Fui tua. Não sou mais. Aceita a derradeira sentença sem te aproximares demasiado. Não sou forte o suficiente para te expulsar uma segunda vez.
Sabes porque? Porque prefiro a chuva ao sol que trazes contigo. E um sol demasiado brilhante para ser verdadeiro. E um sol de apenas alguns dias. Voltarás a partir tão depressa quanto chegaste. Agora sou eu que te deixo para trás. Mesmo que andes pelas minhas ruas. Pela minha terra. Pela minha vida.
Mesmo que sinta o teu perfume novamente no Ar.
Vitorias
Acordo durante a madrugada fria. Apetece-me estar em todo o lado, menos na cama. O calor convidativo não me inspira confiança a permanecer lá mais tempo. Prefiro a dor física, para esquecer a dor interior. Prefiro magoar-me por fora, para sarar por dentro. Não deito sangue. Não verto lágrimas. Não dou sorrisos. Não movo Mundos.
As vitórias também custam. A guerra também mata. A taça também pesa. O corpo também sente. As feridas também saram.
Acorda-me quando Setembro chegar.
quinta-feira, 2 de abril de 2009
segunda-feira, 30 de março de 2009
Ainda existem noites
Entretanto, chegamos todas a casa. Nao queria mostrar o monstro chamado fome que ia dentro de mim. Sempre o ignorei porque sinceramente, é o grande culpado pelas minhas peles flacidas. Mas aquele bocado de pizza estava a chamar por mim. Olha merda, comi-a toda. Depois foram os oreos, e as belgas.... Mas belgas já é especialidade da casa. Realmente, esta cena de andar deprimida dá cabo da minha dieta saudavel. Depois quero eu ser ginasta, por este andar nem os joelhos vou conseguir ver.
Mas claro que nao podia ficar por aqui, a susana tinha de filmar tudo, desde dos meus dentes castanhos de chocolate,, até a minha subtil queda da cadeira. Tudo controlado, o importante é ninguem se magoar. Estavamos numa cozinha, sete gajas bebadas é sinonimo de terreno perigoso. Mas acabamos mesmo por ficar pela porno. Nao e que eu me lembre de grande coisa, mas sei que de manha a televisao continuava no mesmo canal. Tenho pena da mae da Vanessa. Pelo menos sei que os preservativos foram enrrolados em papel higienico. Ao menos isso.
Epá a cama é que foi outro circo. Mas que merda pá, calha-me sempre o colchão mais fino. Mas isto tá mal, entao eu sou a mais pesada! Um dia hei de reclamar, pena que estou sempre demasiado bebada para isso. Epa acabei por adormecer com o telemovel colado a testa. Um dia destes hei de ter graves problemas cerebrais, mas ate lá ja devo andar sem neuronios a ter em conta os litros de alcool ao fim de semana. Adiante, acordamos as seis da manha, o que e sempre agradavel para quem tem a cabeça com o peso de Mundo. Mas nada de stresses, há quem chore, há quem coma, eu apenas sorri, e vesti-me. Posso nao ter tido uma noite de sonho, mas pelo menos tenho a certeza que sou feliz nas horas vagas.
sábado, 28 de março de 2009
Coisas
Limitei-me a esperar pelo tempo, que teimava a avançar depressa demais. A observar aquilo que a minha sobriedade permitia e a tocar naquilo que não podia. O rumo foi lentamente ganhando forma. Com ele, ganhou forma o desejo pelo proibido e por aquilo que me foi negado. Queria pertencer ao lugar que me tinha sido retirado. O tempo esqueceu-se de mim e eu esqueci-me do tempo. Apaguei as pessoas e desliguei as luzes. Despedi-me da festa mas não me despedi de ti. Não preciso. A despedida já foi feita á muito tempo. O relógio bateu as três da manha como quem bate a meia noite. Perdi as esperanças como quem perde o sapato de cristal. Tive o meu fim triste como quem tem um final feliz.
quarta-feira, 25 de março de 2009
Juras
Aparentemente, tudo volta ao normal. O tempo dá tempo ao Tempo, para curar as feridas. Estacar o sangue. Para as lágrimas. O tempo dá tempo ao tempo para nós esquecermos. Para nós sorrirmos. Para nós existirmos. O problema, é que o tempo não pode pedir ao tempo, tempo passado, de forma a conseguirmos alterá-lo. Porque o tempo, avança sem parar, e a única coisa que fazemos, é ficarmos parados nele.
segunda-feira, 23 de março de 2009
Black and White
Longe
Ainda bem que partes. Devias partir hoje sem demoras nem despedidas. Carrega contigo a culpa e o remorso que esperas abandonar longe daqui. Só eu sei o que me custou. Não custa mais. Tornei-me indolor as tuas mudanças e á tua presença. Mas o mais ridículo de tudo isto, é o facto de a minha vida continuar a girar à tua volta. As minhas palavras. A minha liberdade e a minha luz. O que torna doloroso, é o facto de a ferida não sarar, a lágrimas não saírem, e a dor prender. O que magoa mais, è querer que te tornes lixo, que te tornes sombras e que sejas esquecido. E querer que partas para longe e sem retorno. Que deixes de existir, para que possa levar a minha existência sem ti.
Sobrevivi até aqui.
E amanha?
sábado, 21 de março de 2009
No se vê vivalma. Não se sente. Não se cheira. Nada se mexe. Vagueias perdida. Dou te razão, mas não te dou escolha. Prefiro que permaneças ai, sem rumo nem esperança. Prefiro que te encontres a ti mesma, antes de me encontrares todos os outros. Quero-te no inferno, para te dar o céu. Quero que encontres as sombras para puderes encontrar a luz. Quero-te morta, antes de te querer viva.
quarta-feira, 18 de março de 2009
Folhas de papel
terça-feira, 17 de março de 2009
Ilusões
segunda-feira, 16 de março de 2009
Peça Perdida
És a minha peça perdida. És um pedaço de vida á deriva. Ainda por conseguir. Ainda por definhar. Continuas á deriva no sonho e no pensamento, que aflui a qualquer momento sem que eu me prepare. Lá tas tu, tão vivo quanto o olhar transmite. Ainda vibras por dentro e por fora. Ainda existes. Ainda és rei.
Continuo a deriva. Deixo te afastar. Deixo te ir, meu pequeno grande pecado. Sem despedidas nem remorsos. Deixo te governar outro jogo. Outra vida. Ainda és Rei, mas já não tens Rainha.