terça-feira, 23 de março de 2010






Aprendi a dividir a vida de sempre, entre os amores arrebatadores, e as paixões ardentes. Escolhi seguir em frente, e aprisionar-te no capítulo que eu quis. O problema, é que é difícil rasgar a folha com o teu nome. Aprendi que estavas lá quando eu queria, e te desejava. Apoderei-me daquilo que eras, e transformava-te naquilo que queria. De ti, queria a esperança de um lugar seguro. Afastavas-me da minha realidade, sem pudor nem vergonha, quando eu própria não o fazia, e atribuía-te o nome do pecado, sem saber que me afeiçoava à pessoa. Escolhia esconder-te o sentimento, atrás da indiferença que eras para mim, e tu continuaste com a tua vida, crente de que a minha indiferença dizia exactamente aquilo que eu sentia. Mas nunca o disse. Entre nós, o abismo do silêncio é fundo demais para ser atravessado, e tu, morreste sem o querer atravessar.

Agora, vou aprender a viver sem ti. O meu capricho cedeu ao orgulho imaturo de te ter só para mim. Cedi o meu lugar de Rainha, com esperança de um futuro melhor para ti, e apenas para ti.O egoísmo cego que me trouxeste partiu contigo. Deixo-te com remorsos de dor e sem lágrimas de saudade. Apercebi-me que não consigo ter saudades de ti. Não, enquanto te sentir tão perto de mim. Porque continuas Meu. E só Meu. Apenas cedi aquilo que nunca cheguei a ter.


Rasguei-te querido. E vive em paz

sábado, 13 de março de 2010

Não me importo que te rias permanentemente de todas as minhas tentativas inglórias por suster a esperança em ti. Nao me importo que te assemelhes inalcançável. Nunca me importei. Porque eu sempre gostei dos venenos mais lentos. Das bebidas mais amargas. Das drogas mais pesadas. Das ideias mais insanas. Dos pensamentos mais complexos. E dos sentimentos mais fortes. Nao te preocupes, a vida sempre me deu tudo, e sempre me tirou quando mais precisava. Por isso, tambem apreendi a gostar das mortes mais dolorosas. Mas tu, acabaste de nascer.

domingo, 7 de março de 2010

A N G E L



E o destino imortal segue-te até ao prazer infernal. Não tens salvação e nao imploras por ela. Sentes-te feliz no teu inferno particular, que em tempos pertenci. Despedi-me com sangue do divino suicidio e deixei a infernal miséria de felicidade que me proporcionavas. Tu vives no limite, e arrastas as presas contigo. Mas delas, não tenho pena. Sabes porque?

Porque todos os anjos merecem morrer. E eu, já fui um.