segunda-feira, 27 de abril de 2009

Medalha

Quando a palavra fim aparece nos lábios.
Quando a lágrima surge nos olhos.
Quando vivemos no passado.
Quando detestamos o presente.
Nao sou eu, nao é o outro.És tu. Mesmo que nao tenha nada para te oferecer. Esqueci-me do Mundo, só porque te esqueces-te do tempo. Mas lembro-me de nós. Por todos os momentos que nao temos. Pelo mundo destruido. Pelo amor inexistente. Pelo paraiso no inferno. Lembro-me de ti.
Porque até a moeda tem duas faces.Nao sou apenas uma delas. Sou o verso e o reverso. Sou a crença e a descrença. Acreditas? eu tambem não.

sexta-feira, 24 de abril de 2009





Hei de amar uma pedra.

terça-feira, 21 de abril de 2009

Partida




Aquela sensação vazia de que poderia ter feito tudo, mas nada fiz, afunda-me. Aproxima-se o momento crucial da despedida. Não sei se conseguirei passar uma vez mais por ele. Não sei por quantos mais passarei. Diz-me que este e o último, e eu direi que não. Diz-me que não e uma despedida. Eu direi que sim. Entre nós não há despedidas. Entre nós não há beijos nem abraços. Entre nós, há o vazio de um mundo por preencher. Não o coloriste, e também não será na despedida que o irás fazer. Não é opção. Não é escolha. Não é obrigação. É a vida.
Ficou por dizer o quanto gosto de ti. Ficou por dizer o quanto tremi quando te voltei a ver. Ficou por dizer o quando irei sentir a tua falta. Contei que o olhar transmitisse tudo o que as palavras não transmitiram. Mas sei que não e possível. Porque nem as palavras o conseguiriam transmitir. Preferi acreditar que iria ter todo o tempo do mundo contigo, mas esqueci-me de que não temos mundo. Preferi acreditar que o tempo era lento, mas esqueci-me de que entre nós o tempo é rápido e transparente.
Recomeçarei a construir o Mundo que a chegada do teu destruiu. O meu Mundo. E não, não fazes parte dele.

segunda-feira, 20 de abril de 2009

As Palavras Estao Gastas

Tudo o que havia de ser, foi. Mesmo antes de existir. Partir antes de chegar é o final antes da derrota. Porque sim, ela existe. Ate mesmo para os derrotados. Ate mesmo para ti.
És o projecto de amor inacabado. És a lua na fase cheia. És o quarto minguante ao fim de semana. És o sol o dia inteiro.
Gastas-te o brilho nas pedras da calçada. Gastas-te o sorriso nos jogos sem derrota. Gastas-te o amor que não tinhas. Gastas-te as horas nos minutos.

Ao fim da tarde, caminhei uma vez mais para o verde. A ausência de destino fez com que o vento me orientasse. Nunca gostei da solidão, mas ela esta lá, quando mais ninguém esta. Aprendi a ama-la como tu aprendes-te a odiar-me.
Gastei o sal dos olhos. Gastei a voz. Decidi desistir e logo a seguir sobreviver. Não és forte o suficiente, mas eu sou.

Não és o monstro que pedi. És bem pior que isso.

domingo, 19 de abril de 2009

Morrer antes de nascer.

Morreste? Eu também.

É uma morte para quem não a sente. É uma morte escura, que passa por entre as linhas da vida, e nos leva para curvas da morte.
Podes destruir as ruínas. Podes apagar o lume. Podes esquecer o ritmo. Podes até sobreviver. Mas a morte certa afunda-te para um caminho final. Já a esperei. Já desesperei. E agora? Já lá estou.

Morri, mesmo antes de respirar o Ar.
Porque Ar, é apenas mais uma forma de sobrevivência, e não de vida.

Ser vida é ser LIVRE.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Verão

Back to the Summer of 08 '

E todas as memórias sobrevivam, para matar as que nao se renovam.

terça-feira, 14 de abril de 2009


Escolhas.

Escolher é separar destinos e juntar almas. Escolher é orientar futuro e definir rotas. Apagar o passado e delinear o presente.
Escolher é a obrigação escondida nos sorrisos de vidro e lágrimas de cristal. Escolher és tu e eu.

Eu escolhi num dia de chuva. Preferi que fosse ela a apagar o meu rasto sobre o teu caminho. Preferi que fosse ela a dizer-te que partira para sempre, não eu. Escolhi que fosse ela a dizer-te ‘Adeus’. Andei sem parar por os caminhos já conhecidos. Não parei para olhar para trás. Escolhi ser eu, e não ela. Escolhi partir do que afundar. Escolhi esquecer do que amar.

Porque escolher, custa mais do que partir. E partir, foi escolher sem ti.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Em oito meses.

Em oito meses chorei-te, amei-te e esqueci-te. Em oito meses apaguei-te, relembrei-te, matei-te e nasceste. Em oito meses vivi, sobrevivi, sorri e esqueci.
Esqueci-me de que tudo e mais forte que eu. Esqueci-me do que e estar ao teu lado. Ver-te e sentir-te. Esqueci-me de como és, de quando és e de onde és. Preferi esquecer-te do que reviver-te. E talvez por isso não te consiga expulsar. Descobri que tenho demasiadas saudades para o fazer. Deixem-me ficar na minha ilusão aparente, mesmo que ela apenas dura 8 dias, em oito meses.

E quando tiveres de partir, que seja para sempre, porque apenas a Fénix ressuscita das cinzas.

domingo, 12 de abril de 2009

Tiraste-me tudo, apenas nao me tires a vontade de escrever.

" Quando morrer irei de caneta na mão e papel no caixão "

sábado, 11 de abril de 2009

Não te perdoo.

Deste-me o jogo mais emocionante. Deste-me a vitória consecutiva em todos eles. Usei e abusei do meu poder sobre ti, para que um dia também utilizasses o teu. Jamais iria saber era que o teu me iria colocar fora de jogo.
Hoje, voltei ver-te. Não te olhei como te olhava no passado. Não te convidei para jogar, porque tu também não o fizeste. Limitaste-te a observar todos os meus passos na tua direcção. Mas eu não avancei. Deixei-me ficar pela retaguarda. Uma vez, jogaste no meu coração, hoje não jogarás mais. Sabes porque? Porque não te perdoo teres deixado fazer xeque ao rei.
Um dia, governei o teu jogo. Tu, governaste tudo o resto.

Leva o teu sol e devolve-me a chuva. Prefiro andar descalça do que queimada. Prefiro o frio ao teu calor. Apenas porque um dia fui tua. E tu, nunca me pertenceste. E não, nunca te vou perdoar.

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Confissões

Não precisas. Não precisas de matar todos o que te aparecem para conseguires matar mais um bocadinho de ti. Não precisas de seguir os teus instintos enganosos que te levam a loucura momentânea. Não precisas de amar, para ser amada. Nem nunca precisaste de chorar.
Tudo se tornou demasiado pequeno para ti. A casa, as ruas, a terra e a vida. Tornaste-te merecedora de uma parte do mundo. Não te negam, tu e que não aceitas. Não aceitas toma-lo como teu. Não aceitas vida para além das quatro paredes.
Não tenho medo de ti. Também não tenho pena. Diz-me apenas, matarias por prazer? Então porque o fazes?



Porque a derrota tem o sabor da vitória, Rita.

terça-feira, 7 de abril de 2009

Existencias


Não quero que te tornes uma passagem violenta do meu livro rasgado. Não quero ocupar nenhuma folha de papel com o teu nome. Sabes porque? Porque a tinta com que eu escrevo é permanente.

Acordei com um leve temor pelo dia que se seguiria. Não o esperava agitado. Levantei-me, e as nuvens negras que cobriam o céu, cobriram-me também o espírito. Na verdade, não me importei. Continuei descalça pelo azulejo frio como forma de penitência. Não tinha roupa. Também não precisava. Abracei o frio como um velho inimigo e deitei-me no chão. Permaneci lá horas demais para serem lembradas. Vi e revi o livro da minha vida. No final, decidi rasgá-lo. Desejei que o próximo fosse feito de páginas coloridas e a capa fosse coberta de felicidade. Levantei-me, olhei-me ao espelho, e desejei ser a pessoa que via, e não a que sou. Talvez assim fosse tudo mais fácil. Vesti-me e fui para a rua viver o meu Outono antecipado.

E as folhas caiam no chão para disfarçar as lágrimas que acompanhavam.

Finalmente, sinto no ar aquele medo característico que te antecede. A tua chegada em nada mudará a minha vida reconstruída. A tua presença em nada afectará os meus sonhos despedaçados. Trazes o verão contigo em cada poro. Trazes lembranças e memorias esquecidas. Trazes longos meses de separação e momentos passados. Passaram dias e pessoas. Passaram amores e desejos. Expulsei-te há demasiado tempo para conseguires voltar. Derramei tudo o que havia para derramar para sobrar algo de ti em mim. Fui tua. Não sou mais. Aceita a derradeira sentença sem te aproximares demasiado. Não sou forte o suficiente para te expulsar uma segunda vez.
Sabes porque? Porque prefiro a chuva ao sol que trazes contigo. E um sol demasiado brilhante para ser verdadeiro. E um sol de apenas alguns dias. Voltarás a partir tão depressa quanto chegaste. Agora sou eu que te deixo para trás. Mesmo que andes pelas minhas ruas. Pela minha terra. Pela minha vida.

Mesmo que sinta o teu perfume novamente no Ar.

Vitorias

Hoje sonhei contigo. Não foi um sonho bonito. Não estavas a sorrir. Eu também não. Limitava-me a estar ao teu lado. A dormir contigo. A cuidar de ti. Pergunto-me agora, onde difere isto da vida real? Continuo a estar ao teu lado. Continuas a não sorrir. Eu também não.
Acordo durante a madrugada fria. Apetece-me estar em todo o lado, menos na cama. O calor convidativo não me inspira confiança a permanecer lá mais tempo. Prefiro a dor física, para esquecer a dor interior. Prefiro magoar-me por fora, para sarar por dentro. Não deito sangue. Não verto lágrimas. Não dou sorrisos. Não movo Mundos.

As vitórias também custam. A guerra também mata. A taça também pesa. O corpo também sente. As feridas também saram.

Acorda-me quando Setembro chegar.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Um dia, o amanhecer vai ser tao brilhante como um entardecer, porque um dia, nao irao ser so palavras. Porque um dia, nao irá ser só magia. Nao irá ser só um beijo.
Será apenas um só coração.


Há sempre um sonho.