terça-feira, 8 de abril de 2014

E foi assim que o inesperado aconteceu. Queria o tempo que um dia te voltasse a encontrar. Queria o tempo que um dia voltasse a ler tudo aquilo que de melhor me deste. Queria o tempo que um dia voltasse a sentir a tua falta. O final atribulado e doloroso foi inevitável. O amor arrebatador foi somente um castigo. O pecado foi apaixonar-me. E no meio de todas as memórias curtas e dolorosas, preferi esquecer todos os bons momentos. Preferi que a sensação de te ver a sorrir para mim fosse enfraquecida pela memória de te ver afastar. Tudo aquilo que poderia ter sido foi, e nada mais mudou. Somos pessoas diferentes, vivemos em mundos separados em que um dia, tentei juntar. Tentei, com todas as forças que tinha, criar um mundo feito à nossa medida. Quis amar-te sem que amanha me preocupasse, quis beijar-te e dizer-te que era tua. Nunca disse, talvez por medo. Talvez por cobardia. Talvez por mágoa. Afinal, nunca foste meu. Nunca quiseste viver no mundo que construi. Nunca quiseste mais do que memorias. Nunca quiseste mais do que a dor que me porporcionaste. O amor morreu, a esperança desapareceu e por todos os minutos que vivi junto a ti, preferi morrer. Ver-te afastar foi a coisa mais dolorosa, esquecer-te foi a mais corajosa. Queria o tempo que um dia voltasse a encontrar todas as cartas de amor. Todas as palavras proferidas. Todas as promessas de uma vida. Vi e revi, e a dor de te perder voltou. Nunca chegou realmente a curar. Afinal de contas, as feridas nunca sararam e eu nunca te perdoei. Felizmente, de tudo o que procurei e voltei a encontrar, as memórias felizes nunca chegaram a reaparecer. Não sei contar o inicio de uma historia feliz, apenas um final triste. Não sei contar como te comecei a amar. Apenas como te consigo odiar. Não sei explicar como me fizeste chorar, mas sei perceber como ainda o fazes. Porque o mundo contínua construído, apenas nenhum de nós dois lá vive.