quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Nunca disse que a morte era o caminho mais fácil para o amor. Nunca disse que era o fim. Nunca disse que a desejava, quando o fim chegava em vida. Apenas o pensei.
Todas as convicções das quais me despiste serviu apenas para equilibrar o Mundo de preconceitos do qual vivia rodeava. Serviu apenas para desejar, na insanidade do momento, a loucura que morreu contigo. O amor que levaste contigo. O desejo que ficou na cama com o teu nome.
Contigo não há rei nem rainhas. Não há vencedores ou vencidos. Não tens regras nem nome. Tu tens paixões e amores. E para ti, isso chega-te. És Grande. E eu apenas te admiro.
Tu morreste por alguém. Com alguém. Eu apenas vivo para alguém.



Tributo a ' Presença de Anita'

sábado, 18 de dezembro de 2010

Vamos falar de cobardia ?

Vamos recitar poetas famosos e actores premiados. Vamos recriar cenas de filmes. Vamos tornar-nos num espelho daquilo que poderiamos ser e nao somos.
Vamos começar de novo? Vamos. E vamos ter o mesmo final? Tivemos.
As minhas tentativas falhadas revelaram-se uma vez mais. Nao que quisesse. Nao que soubesse. Apenas tentava.
Garoto, tu nao tens consciencia da dimensao. Tu nao tens prazer nem sequer vontade. Tu nao tens caracter o suficiente para me fazer frente. Escondeste-te na aparencia do sorriso forçado e na cobardia de nao me enfrentar. Pois nao precisas. Sou eu que te enfrento, e tu nem desconfias. Desisti dos jogos perigosos, por isso é que te escolhi. Mas apenas te revelas-te em mais uma escolha perigosa. E eu nem percebi.
Garoto, Tu nao sabes brincar. Mas eu sei. E nao sais ileso. Tu nao es perigoso. Mas eu sou. Tu nao es forte o suficiente. Mas eu sou. As regras que te regem nao sao as mesmas que as minhas. As regras que te erguem sao as mesmas que te deitam abaixo. A consciencia que te sobra é exactamente a que eu vou apagar. Eu nunca quis Jogar, tu nunca quiseste outra coisa. Eu nao tenho a tua idade. E tu sempre soubeste disso.

sábado, 11 de dezembro de 2010

Sozinha. Porque.. A vida tem destas coisas.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

(L)

Sem me aperceber, acordei com a música deste diário na cabeça. Tinha chegado a altura que, sem querer, andava a evitar. A minha ultima carta.

Querido,
Onde quer que estejas, espero que estas palavras sejam recebidas com a calma com que as escrevi. A coragem falha-nos em demasiadas alturas da vida. Algumas importantes, algumas não. Sei que para mim, a coragem não poderia falhar-me no momento em que mais preciso dela. Saberia também que as palavras não se poderiam gastar até ao momento em que deixasse de te escrever.
A noite, lá fora, fica amena e calma, depois da tempestade. Tal como eu. Depois da explosão de sentimentos de revolta e saudades, uma mistura um tanto ou quanto triste, decidi que estava na altura de encarar a razão como uma velha amiga, e não como uma desconhecida do teu presente. A verdade, é que o meu conto de fadas não tem um nome, apenas tinha um principie. Não tinha um castelo ou até uma princesa. Decidi que podia reinventá-los, sem querer perceber que não tinha nada que chegasse para fazer mudar te de ideias. Porque não eram ideias. Eram destino de vida traçados. Eu quis ignorar até onde fosse possível, e parece que descobri o limite da fantasia. A queda foi ainda pior do que aquilo que eu imaginava. Porque é sempre assim.
Agora que olho para o futuro, apenas uma coisa se distingue da névoa que avisto, és tu. E por muito que custe, sei que é a melhor maneira de me despedir de ti. Sei que nunca mais te vou ter como tive, mas a vida é assim mesmo. Quando gostamos de alguma coisa, deixamo-la partir, e ser livre, tal como fizeste comigo. Nunca deixei de o ser, nunca o quis deixar. Porque apesar de tudo, a liberdade é a última e melhor coisa que me resta. E não consigo abdicar tão depressa de duas das coisas que mais aprecio. Ela, e tu.
Vou me deixar adormecer nesta calma repentina, e vou deixar-te a minha ultima carta aqui. Nunca precisei que a lesses, só precisava de saber que a podias ler. Nunca precisei que uma resposta, apenas precisava de saber que sabias. Nunca precisei de um sim, apenas precisava de uma esperança na vida. A esperança acabou com a fantasia, fica o amigo para a vida. Ficam as memórias bonitas e dolorosas. Fica o teu futuro próximo, fica o meu futuro distante. Ficam-te as responsabilidades, fico-me com as minhas incertezas. Fica com a tua felicidade, eu fico com a minha aventura. Porque a responsabilidade tem o Fado cantado, a aventura tem o Fim incerto. Porque depois de ti, tinha de encontrar a minha incerteza noutro lugar,, onde os sonhos fossem grandes, da dimensão que eu vejo o Mundo.
Porque contigo, os sonhos eram do tamanho das minhas palavras. Porque sem ti, os sonhos são do Tamanho do Destino. Qual deles prefiro? Apenas aquele que me preferir a mim.

Nunca há tamanho certo para um ultima carta, porque ela nunca quer ser a ultima. Nunca há palavras certas para dizer uma ultima vez. Nunca há uma despedida correcta ou um cumprimento adequado. Portanto, despeço-me com o sentimento mais sincero que me vai na alma. Até já .