terça-feira, 27 de abril de 2010

Com que então, Odeio-te.

Nem acredito. Tantos meses e anos. E ainda restam os vestígios do teu crime. Tanta vez te amei. Tanta vez te desejei. Tanta vez te matei.
Mas afinal, és apenas o perdedor. Nesse teu corpo de homem, que tanta vez repudiaste, e agora te valoriza, ages como o Dono do Mundo. E nem Dono de ti és. O ódio que me deixaste é igual ao amor que te dei. Tão forte e arrebatador. Capaz de mover tudo por ele.
O teu imponente ar. Os teus olhos. A tua lembrança. Tudo me alcança quando menos espero. E sabes que mais? No auge do Ódio e da Vingança, rio-me de ti e das tuas façanhas insensatas. Não és Prefeito, mas tu julgas que sim. E todos os outros te deixam julgar. Porque? Porque os sonhos das crianças são como boletins de suicídio. Deixam de acreditar neles, e a Vida acaba naquele instante. Tu renasceste das cinzas, com os sonhos maiores do que todos os outros. O teu problema, é que já és um homem, e eles são de criança.
Não me canso de te julgar. Recriminar e sempre, de te matar. E Tu, nunca te cansaste de me ferir. Só que nunca provaste o meu veneno. Mordias-me, eu apenas sugava o sangue. Tornei-te indolor ao meu veneno, com medo de te magoar. Mas agora, prepara-te. A minha vingança não é uma brincadeira. O teu corpo de homem tem de reagir a mim, e não a criança que vive dentro de ti. Se não, vais Morrer, e desta vez, não apenas num texto.

‘ Era uma vez um menino Mau. Ele pensava que mandava no Mundo, mas era apenas dono de uma canção. Um dia, caiu-lhe a Mascara. E todos puderam ver o horror de que ele era feito. Mas já era tarde demais. Todos os outros se tornaram como ele. Porque? Porque algumas coisas, são contagiosas. E ele, era um Vírus Mortal. ‘

segunda-feira, 26 de abril de 2010





Eu sempre gostei do mais dificil. Do mais perigoso. Daquilo que nao consigo. Afasta-te, sou apenas uma armadilha.

" Will you become what other people think of you?
I hope you don't feel lonely when you're spending time with me your friend

Wish you were here with me
Wish I was there with you
I'm reaching feeling for you
I wanna be up with you again and again
"

Julian Casablancas

sábado, 24 de abril de 2010




O Medo é a minha coragem. O Amor, o meu maior erro. E Viver, a minha maior Conquista.

' Porque, sem saber, somos mais do que aquilo que queremos. E sem querer, dizemos menos do que aquilo que sentimos. '

terça-feira, 20 de abril de 2010

Mostraste-me os contornos do teu desejo. E eu não gostei. Baixaste a guarda fácil demais, e eu apenas voltei a minha posição original. Quero que sintas o poder do fracasso, logo depois do sabor da vitoria. Ela pode durar apenas 5 segundos, mas ficas com o sabor para a eternidade. E sabes que mais? Vais sentir saudades dele.

És terrível. Mas eu sou pior.

domingo, 18 de abril de 2010

W A R

O teu estado de dormência assustou-me. Ponderei a perda de capacidades e de todos os sonhos consumados. Ponderei a Morte psicológica para uma parte de mim própria. Ponderei que finalmente, poderia enterrar o vício, e viver com o que sempre consegui suportar. Mas contigo, nunca há certezas. Voltaste. Mais forte. Mais perigosa. Mais sedenta. E isso, é que realmente me assustou. Qual é o pior? Morreres, ou Matares? A decisão está tomada. A tua Guerra começou. Desenterras-te os Mortos, porque os queres entre os vivos. Jogaste pela Vida, sem conseguires desprender-te da Morte que te persegue. Começaste a batalha por ele, e ele ainda é uma criança. Mas tu, nunca quiseste saber disso. O sangue Virgem, é o mais puro. E o que te sabe melhor. Vieste fazer a Guerra que tem o teu nome, e nunca quiseste sobreviventes das tuas conquistas. És a assassina mais cruel e mais perigosa. Mas cuidado, essas também se apaixonam. E tu, nunca conseguiste viver com isso.


‘ Eles seguem-te como salvação, sem saberem que és apenas o Inferno. E tu deixas que te consumam. Afinal de contas, tu sempre quiseste mais do que isso. A intenção sempre os Matou. E de Boas Intenções, sempre o Inferno esteve cheio. O que não sabem, e que eram todas tuas’

domingo, 11 de abril de 2010

A história feita d'Ar

Vou contar uma história.
Decidi vingar-me desde sempre. A vingança sabia bem à alma. Porque sim, ainda a tinha. Comecei a formar círculos perigosos e ambições desmedidas. Mas eu era assim. Media o perigo consoante a força de vontade. E ela superava-o sempre. Comecei a ficar perdida no Tempo. No espaço. Mais tarde, descobri que era do Mundo. Fiz questão de esquecer o meu nome, e depois a minha terra. Vivia do vento e amaldiçoava o amor. Na verdade, apenas detestava aquilo que mais queria. Porque eu era assim. Odiava-me a mim por querer. E depois odiava tudo o resto, por não ter. E tinha. Menosprezava qualquer tentativa frustrada ou esperançada, iludida nas próprias crenças imaturas que tinha formado. Decidi construir a minha detalhada armadura. E nunca a cheguei a tirar. Se sou imortal? Sou. Pelo tamanho dos meus sonhos. Se sou viciada? Já fui. Mas sou uma sobrevivente. Comecei a manipular os acontecimentos com o receio de me perder na história que criei para mim. Encaro a vida com regras que eu própria escrevi. E nunca as cheguei a cumprir. Cai nos erros que tentava evitar e cometi as loucuras que desejava nunca ter feito. Mas fiz, uma por uma.
Desisti de procurar a felicidade, quando percebi que não a sabia reconhecer. Fracassei comigo própria, mas nunca com os outros. E é isso que me mantém viva. A imortalidade da escrita e do pensamento. E foi assim, que decidi escrever a história, que é apenas mais uma no meio de milhares, mas é minha, e por isso a venero. Não sou a conquista permanente, sou uma fracção de segundo. Sou o tempo perdido e a vitória desmesurada. Eu sou o Mundo, e sou a sorte. Mas cuidado, porque também posso ser o teu maior azar.
Era uma vez.

domingo, 4 de abril de 2010




Um dia, joguei glória. Venci-me e superei-me vezes sem conta, quando a crença era maior que a admiração. Aos poucos, revelaram as garras de que eram feitos. Abri-vos ao meio e descobri que os anos apodreceram tudo aquilo que restava. A massa de que são feitos impede-vos de mostrar aquilo que são, mas também não escondem a alma. Afinal de contas, não consegue esconder aquilo que nunca chegaram a ter. Tornaram-se nos heróis dos vossos livros, e nos monstros dos meus. E tu, sempre assim o foste. Inalaste o meu perfume como quem inala a pior das drogas, e sugaste-me o sangue para suster o teu vício. Abandonaste-me fraca demais para conseguir viver, e fizeste-me sobreviver à custa da minha droga favorita. Criaste a dependência por ti, e depois bastou tirá-la. Deixei o jogo da glória, e passei a jogar às escondidas. Vivia na sombra, e via-te na luz, sem querer perceber, que eras tu a escuridão e a chuva de morte que caía do céu. A verdade chegou tarde demais.
Um dia, vou esquecer que te quis mais do que tudo, e tu vais perceber que o monstro que te tornaste não te faz feliz. Porque a tua felicidade é apenas a morte de mais alguém.

Começa a ir mais vezes aos seus enterros, e talvez um dia tenhas alguém no teu. E cuidado, não falta assim tanto tempo.

sábado, 3 de abril de 2010

Libertação

O nascimento. O crescimento. O desespero. A morte. E finalmente, a libertação.
Consegui quebrar tudo aquilo que restava. As lembranças repetiam-se sem que me pudesse despreender delas. Afundavam-me e levavam-me para a dimensão paralela em que elas sobreviviam por breves ilusões. Finalmente, a dimensão quebrou-se com a coragem que foi definhando. Libertei-me de mim própria, e das mais cruéis promessas. A chuva de Morte que caia do céu foi substituída por o arco íris da esperança.

‘ E a libertação soube ao sorriso mais cruel e beijo mais doce ‘