domingo, 4 de abril de 2010




Um dia, joguei glória. Venci-me e superei-me vezes sem conta, quando a crença era maior que a admiração. Aos poucos, revelaram as garras de que eram feitos. Abri-vos ao meio e descobri que os anos apodreceram tudo aquilo que restava. A massa de que são feitos impede-vos de mostrar aquilo que são, mas também não escondem a alma. Afinal de contas, não consegue esconder aquilo que nunca chegaram a ter. Tornaram-se nos heróis dos vossos livros, e nos monstros dos meus. E tu, sempre assim o foste. Inalaste o meu perfume como quem inala a pior das drogas, e sugaste-me o sangue para suster o teu vício. Abandonaste-me fraca demais para conseguir viver, e fizeste-me sobreviver à custa da minha droga favorita. Criaste a dependência por ti, e depois bastou tirá-la. Deixei o jogo da glória, e passei a jogar às escondidas. Vivia na sombra, e via-te na luz, sem querer perceber, que eras tu a escuridão e a chuva de morte que caía do céu. A verdade chegou tarde demais.
Um dia, vou esquecer que te quis mais do que tudo, e tu vais perceber que o monstro que te tornaste não te faz feliz. Porque a tua felicidade é apenas a morte de mais alguém.

Começa a ir mais vezes aos seus enterros, e talvez um dia tenhas alguém no teu. E cuidado, não falta assim tanto tempo.

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