terça-feira, 26 de janeiro de 2010



Enganos d'Alma.
Aptece-me rasgar-te aos bocadinhos. Nao sinto apenas raiva. Sinto em mim nostalgias de Verão. Sucessos fracassados e amores falhados. Foge da mentira, mas não fujas de mim. Não consegues. Vou-te dar um dia de avanço. Prepara o troféu e começa a despir-te de todos os teus preconceitos.


M E U

sábado, 23 de janeiro de 2010

X

Esta a chover. A madrugada desce sobre mim, como um pano preto de fundo. O sono não vem, assim como tu. Esperei-te demasiado tempo. Agora sinto em mim, todas as saudades acumuladas. Deixei de sentir-te ao afastar te da vista. Pensava que me tornava mais forte, e eis que aqui estou, neste sofrimento silencioso, que tu não sabes, mas desconfias.
Olhei-te nos olhos, como se te olhasse na alma. E tu sabes quem sou eu. Sabes o que fui, e também sabes tudo aquilo que me negas. E continuas. Deixas-me na amargura de te querer, sem conseguir lutar.
O que me vai na alma, essa, já deixou de falar. Persigo-te com a razão, que é tudo aquilo que me consegues dar. Mas não consegues esconder. Olhas-te sem disfarçar e eu retribui. Queria-te como nunca e continuo a querer. E saber que a distância que nos separa, não são apenas alguns metros, porque o Mundo físico entre nós não vale nada. Construíste barreiras altas demais, que sabes que a minha idade não consegue alcançar. E eu, derrotada, limito-me a ter esperanças fracassadas.


Precisava disto para deixar que o sono se apoderasse de tudo aquilo que resta de mim.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010




Ando á demasiado tempo a olhar para a parede. E sabem que mais? Começo a ficar roxa. Dizem que os anos de ouro se aproximam. E ai deles, que me escapem.



E esta, hem? Nem eu sabia que tinha umas meias tão giras.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010






Chegas de surpresa, como se nao te esperasse há dias e meses. Vestes a tua habitual roupa negra cheia de poder e presunção. Arrastas-me o coração indolentemente, sem pena ou compaixão. Eu sei que sim, que o trazes sempre contigo. Que a cada passo que dás, o punhal da vida arrasta-te uma vez mais ao inferno da morte. E naquela noite branca, foste apenas o mensageiro. Trazias contigo a vontade de morder. E eu, trazia comigo a vontade de te beijar. Falhamos os dois, ao falharmos um com o outro. Nao me conseguiste matar, como todos os outros, e eu, matei-te como nunca antes tinha feito. Os papeis, finalmente, inverteram-se. Vi o meu insano desejo ser concedido sem me despedir de ti. E tu,uma vez mais, falhaste a missão. Porque eu sou imortal, e tu, sabes disso.

domingo, 17 de janeiro de 2010

Noites #

Perdeu-se o momento e o encanto. De ti, resta-me a voz que no meio de tantas lembranças, é a única coisa que tenho de ti. Perdeste-me sem nunca me teres realmente encontrado. Parabéns, conseguiste o pior de mim. Mas nunca conseguirás o melhor.
Afinal de contas, perdeu-se apenas mais uma vida.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Eça

O tempo consome-te tudo aquilo que tens de melhor. Aqui estou, numa auto-reflexão, em que o destino te come viva e te despeja de rancor o passado mal amado. E ai estás tu, a tremer por um livro. A dar graças por mais um trágico final. A vive-lo como se fosse o teu Mundo, e as tuas personagens. Gritas a todos a tua tristeza e escondes a felicidade. Viver no escuro não te apaga, apenas te consome, tal e qual como tu gostas. A aparência em que te escondes afasta-te de tudo o que era considerável belo. Aproximas-te do fim como se ele fosse apenas mais um amante. Mais uma história. Mais um final. Apenas te esqueces de que o final é só para ti. Afastas a vida de uma maneira arrebatadora. Sem cuidado nem amor. Despejas os sentimentos num saco roto, e esqueces-te de apagar o rasto. Cuidado, aproxima-se o dia do juízo final. A morte não é alternativa. É apenas mais uma das tuas erradas escolhas. E mais uma vez, a tua cobardia falará mais alto. Escolherás o caminho mais fácil, mas mais doloroso. Porque tu, és assim mesmo. Amante do final triste. És a cinderela sem sapatos de cristal. És a bela sempre adormecida. És a Branca envenenada, que envenena todos os outros.

E eu vou tentar seguir-te. És o meu orgulho mais triste, e mais irresistível.

domingo, 3 de janeiro de 2010

Comemoração







Neste novo ano, em que tudo é esperança e promessa, procuro encontrar algo mais do que aquilo que o ano anterior me trouxe. Desejei-te a felicidade que não me deste, e comemorámos o nosso fracasso. Demos os vivas e deixamos que as peles se tocassem uma vez mais. Sem calor. Sem amor. Sorrimos os dois, arrependidos. Na verdade, não passamos de dois adolescentes. Talvez mais tu do que eu. O corpo de homem que te levanta é o mesmo que te deita abaixo. Esperas encontrar a esperada amada, sem saber se ela chegará a vir. Não sou eu que imploro, és tu que te desfazes. Continuas a evoluir por fora, e a destruir-te por dentro. Nunca te cheguei a salvar porque nunca me chegaste a beijar. Foste tu o monstro e o principie. De agora adiante, o mendigo.
E continuámos a dar vivas como se a noite não caísse. Os corpos não se desejassem e como se eu não esperasse que voltasses a ser aquilo que eu queria para mim. Dizem-nos que quando o ciclo do ano recomeça, a esperança é do tamanho das luzes no céu.
Porque é que a voltaste a matar?