sexta-feira, 15 de julho de 2011

Nunca o faças.

Quem pensas que és ? A vida sempre foi aquilo que fizeste dela. Sempre foi o cruel caminho e a grandiosa imaginação. Sempre te crias-te dos momentos mais dolorosos e magníficos. Vives-te com o pecado de saber quem eras, e quem sempre quiseste ser. Mas nunca o arrastes contigo. Nunca peças perdão quando não estas arrependida. Nunca digas amo-te quando não estás apaixonada. Nunca digas Sim quando pensas que não.
O coração que te envolve não tem o nome dele. Nunca teve. Decidis-te mudar a armadura negra para uma reluzente. Decidis-te pintar-te de branco e derreter o gelo. Preferiste ter um Rei do que ser Rainha. Apenas te esqueces-te do pormenor da tua vida. Tens um nome proibido e um desejo insaciado. Nunca deixas-te de ser a Rainha de alguém, e sempre gostaste disso. Sempre quiseste o que nunca tiveste. E agora, desejas o que tens, e o que nunca chegarás a ter. Cuidado, de ti, depende uma vida. E por ti, nunca tiveste nada a perder. Sempre foste muito mais do que um nome, um corpo , um perfume. És feita de palavras. E por elas um dia voltarias. Deixarias de conseguir governar a vida perfeita que crias-te. Porque destruir nunca foi difícil. Mas sobreviver das ruínas é o desafio que sempre quiseste. O pecado é o mais doloroso. E por isso mesmo, gostas que seja o teu maior e melhor vicio.


A perfeição nunca chegará. Viver é gritar ao vento e sentir o sabor a sangue. É não querer nada e desejar tudo. É querer ser alguém e nunca ser ninguém. É ser a Rainha de todos e o peão de ninguém. É ser livre, e ser triste.