terça-feira, 29 de setembro de 2009

A vida não pode ter duplo significado, nem ter duas saídas. A verdade obriga-me a ser objectiva contigo, como tu foste comigo. Não vale a pena evitar por a tua essência naquilo que escrevo, se não te consigo chamar pelo nome. Vai ser o primeiro texto, e provavelmente o último, que direi com toda a certeza, que é para ti.

Vejo-me forçada por mim, a dizer tudo aquilo que nunca disse. Não por achar que é tarde demais, mas por achar que o fim me leva a dize-lo. Não o admitia nem sequer percebia quem eras, ou talvez o que significavas. Deixava os sinais do corpo e da mente alertarem para o desconhecido, e preferia acreditar que não era tão vulnerável ao teu poder. Talvez soubesses melhor do que eu. Talvez sempre o tivesses sabido. Mas eu guiava-me pelo Mundo desenhado à minha altura, em que tu apenas fazias parte dum livro. As acções irreflectidas e os medos escondidos fizeram-me assumir duas identidades. Uma acreditava, uma não. Nunca soubeste distinguir qual sou, nunca te soube dizer o meu nome. Limitavas-te a falar e eu limitava-me a responder. Aos poucos, criaste um Mundo muito maior do que o meu. Mas eu não o sentia.
Agora, em que o final esperado chegou, não escrevo com o intuito que voltes ou de relembrar o passado. Não o faço. Vou me limitar a dizer aquilo que, por muitas palavras a ti dirigidas, nunca dissera. A minha verdade. Foste aquilo que eu esperava que fosses, mas eu não fui aquilo que tu querias que fosse. Sou do tamanho das minhas emoções. Mas elas não comandam a vida. Por mais que eu queira, ou por mais que tu tivesses querido. A desilusão encontrou-me quando a tua chegou ao fim. A verdade vem com o teu nome e com as lágrimas que nunca cheguei a deitar.
A coragem falha. A minha, já falhou vezes demais. A ti, que sei que mereces. A mim, que também mereço.



The End. *

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