terça-feira, 26 de maio de 2009

Céu

Quando me encontrei uma vez mais naquele cemitério, senti-me novamente perto de ti. A tua segunda casa nao me oferece alegrias. Nao tem o teu cheiro. Nao tem o teu rosto nem nunca se lá ouviu a tua voz. O silêncio foi a unica coisa que me ofereceu e que tu me ofereceste ao longo destes dolorosos anos. Apercebi-me que a unica maneira de estarmos novamente os seis juntos, era dirigirmo-nos áquele cemitério.
As horas passadas a olhar para o branco imaculado do teu tumulo em nada diminuiram as saudades que tenho de ti. Pergunto-me se quando alguem olha para ele, conseguem ver, tal como eu vejo, a pessoa que ele cobre. Mas nao veem. Ninguem sabe o que cada pedra protege. O que cada pessoa é. O que cada pessoa foi.
Deixei-te a flor vermelha. Deixei-te o amor, a saudade, o carinho e a tristeza. Nao ficaste comigo, mas eu ficarei sempre contigo. Mesmo que para isso, tenho de me dirigir ali. Onde a morte paira no ar e a tristeza se respira. Porque avô, podem passar dias e anos, mas ainda me lembro de ti. E por cada lagrima que deito, desejo que estivesses aqui. Mas nao estás, e elas continuam a cair, e a pedir em silencio.

Porque o branco imaculado do teu tumulo é apenas isso e nada mais.

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tremidélaaas