terça-feira, 12 de maio de 2009

Gostava de saber chorar-te. O meu luto prolongado mantêm-se firme a ti, e preso a mim. Não visto preto, mas carrego-o. Leva o dourado do teu corpo e o verde dos teus olhos para longe da minha vista. Não preciso da áurea da tua felicidade diante dos meus olhos. Não preciso de ouvir o teu nome em cada esquina e ver a tua sombra em cada rua. Sou a sombra da sombra que fomos. Nada mais.
A dolorosa consciência serve me de inspiração e alento para sobreviver apenas com a dor da verdade. Os espaços em branco das palavras que ficaram por dizer foram preenchidos pelo silencio da nossa vida. Não há gritos nem vozes. Há o silêncio de um luto prolongado. Sinto-me num funeral a dois. Tu, que morreste, e eu, que choro por ti.

Pergunto-me quando serei forte o suficiente para te cobrir com terra.

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