O teu estado de dormência assustou-me. Ponderei a perda de capacidades e de todos os sonhos consumados. Ponderei a Morte psicológica para uma parte de mim própria. Ponderei que finalmente, poderia enterrar o vício, e viver com o que sempre consegui suportar. Mas contigo, nunca há certezas. Voltaste. Mais forte. Mais perigosa. Mais sedenta. E isso, é que realmente me assustou. Qual é o pior? Morreres, ou Matares? A decisão está tomada. A tua Guerra começou. Desenterras-te os Mortos, porque os queres entre os vivos. Jogaste pela Vida, sem conseguires desprender-te da Morte que te persegue. Começaste a batalha por ele, e ele ainda é uma criança. Mas tu, nunca quiseste saber disso. O sangue Virgem, é o mais puro. E o que te sabe melhor. Vieste fazer a Guerra que tem o teu nome, e nunca quiseste sobreviventes das tuas conquistas. És a assassina mais cruel e mais perigosa. Mas cuidado, essas também se apaixonam. E tu, nunca conseguiste viver com isso.
‘ Eles seguem-te como salvação, sem saberem que és apenas o Inferno. E tu deixas que te consumam. Afinal de contas, tu sempre quiseste mais do que isso. A intenção sempre os Matou. E de Boas Intenções, sempre o Inferno esteve cheio. O que não sabem, e que eram todas tuas’
domingo, 18 de abril de 2010
domingo, 11 de abril de 2010
A história feita d'Ar
Vou contar uma história.
Decidi vingar-me desde sempre. A vingança sabia bem à alma. Porque sim, ainda a tinha. Comecei a formar círculos perigosos e ambições desmedidas. Mas eu era assim. Media o perigo consoante a força de vontade. E ela superava-o sempre. Comecei a ficar perdida no Tempo. No espaço. Mais tarde, descobri que era do Mundo. Fiz questão de esquecer o meu nome, e depois a minha terra. Vivia do vento e amaldiçoava o amor. Na verdade, apenas detestava aquilo que mais queria. Porque eu era assim. Odiava-me a mim por querer. E depois odiava tudo o resto, por não ter. E tinha. Menosprezava qualquer tentativa frustrada ou esperançada, iludida nas próprias crenças imaturas que tinha formado. Decidi construir a minha detalhada armadura. E nunca a cheguei a tirar. Se sou imortal? Sou. Pelo tamanho dos meus sonhos. Se sou viciada? Já fui. Mas sou uma sobrevivente. Comecei a manipular os acontecimentos com o receio de me perder na história que criei para mim. Encaro a vida com regras que eu própria escrevi. E nunca as cheguei a cumprir. Cai nos erros que tentava evitar e cometi as loucuras que desejava nunca ter feito. Mas fiz, uma por uma.
Desisti de procurar a felicidade, quando percebi que não a sabia reconhecer. Fracassei comigo própria, mas nunca com os outros. E é isso que me mantém viva. A imortalidade da escrita e do pensamento. E foi assim, que decidi escrever a história, que é apenas mais uma no meio de milhares, mas é minha, e por isso a venero. Não sou a conquista permanente, sou uma fracção de segundo. Sou o tempo perdido e a vitória desmesurada. Eu sou o Mundo, e sou a sorte. Mas cuidado, porque também posso ser o teu maior azar.
Era uma vez.
Decidi vingar-me desde sempre. A vingança sabia bem à alma. Porque sim, ainda a tinha. Comecei a formar círculos perigosos e ambições desmedidas. Mas eu era assim. Media o perigo consoante a força de vontade. E ela superava-o sempre. Comecei a ficar perdida no Tempo. No espaço. Mais tarde, descobri que era do Mundo. Fiz questão de esquecer o meu nome, e depois a minha terra. Vivia do vento e amaldiçoava o amor. Na verdade, apenas detestava aquilo que mais queria. Porque eu era assim. Odiava-me a mim por querer. E depois odiava tudo o resto, por não ter. E tinha. Menosprezava qualquer tentativa frustrada ou esperançada, iludida nas próprias crenças imaturas que tinha formado. Decidi construir a minha detalhada armadura. E nunca a cheguei a tirar. Se sou imortal? Sou. Pelo tamanho dos meus sonhos. Se sou viciada? Já fui. Mas sou uma sobrevivente. Comecei a manipular os acontecimentos com o receio de me perder na história que criei para mim. Encaro a vida com regras que eu própria escrevi. E nunca as cheguei a cumprir. Cai nos erros que tentava evitar e cometi as loucuras que desejava nunca ter feito. Mas fiz, uma por uma.
Desisti de procurar a felicidade, quando percebi que não a sabia reconhecer. Fracassei comigo própria, mas nunca com os outros. E é isso que me mantém viva. A imortalidade da escrita e do pensamento. E foi assim, que decidi escrever a história, que é apenas mais uma no meio de milhares, mas é minha, e por isso a venero. Não sou a conquista permanente, sou uma fracção de segundo. Sou o tempo perdido e a vitória desmesurada. Eu sou o Mundo, e sou a sorte. Mas cuidado, porque também posso ser o teu maior azar.
Era uma vez.
domingo, 4 de abril de 2010
Um dia, joguei glória. Venci-me e superei-me vezes sem conta, quando a crença era maior que a admiração. Aos poucos, revelaram as garras de que eram feitos. Abri-vos ao meio e descobri que os anos apodreceram tudo aquilo que restava. A massa de que são feitos impede-vos de mostrar aquilo que são, mas também não escondem a alma. Afinal de contas, não consegue esconder aquilo que nunca chegaram a ter. Tornaram-se nos heróis dos vossos livros, e nos monstros dos meus. E tu, sempre assim o foste. Inalaste o meu perfume como quem inala a pior das drogas, e sugaste-me o sangue para suster o teu vício. Abandonaste-me fraca demais para conseguir viver, e fizeste-me sobreviver à custa da minha droga favorita. Criaste a dependência por ti, e depois bastou tirá-la. Deixei o jogo da glória, e passei a jogar às escondidas. Vivia na sombra, e via-te na luz, sem querer perceber, que eras tu a escuridão e a chuva de morte que caía do céu. A verdade chegou tarde demais.
Um dia, vou esquecer que te quis mais do que tudo, e tu vais perceber que o monstro que te tornaste não te faz feliz. Porque a tua felicidade é apenas a morte de mais alguém.
Começa a ir mais vezes aos seus enterros, e talvez um dia tenhas alguém no teu. E cuidado, não falta assim tanto tempo.
sábado, 3 de abril de 2010
Libertação
O nascimento. O crescimento. O desespero. A morte. E finalmente, a libertação.
Consegui quebrar tudo aquilo que restava. As lembranças repetiam-se sem que me pudesse despreender delas. Afundavam-me e levavam-me para a dimensão paralela em que elas sobreviviam por breves ilusões. Finalmente, a dimensão quebrou-se com a coragem que foi definhando. Libertei-me de mim própria, e das mais cruéis promessas. A chuva de Morte que caia do céu foi substituída por o arco íris da esperança.
‘ E a libertação soube ao sorriso mais cruel e beijo mais doce ‘
Consegui quebrar tudo aquilo que restava. As lembranças repetiam-se sem que me pudesse despreender delas. Afundavam-me e levavam-me para a dimensão paralela em que elas sobreviviam por breves ilusões. Finalmente, a dimensão quebrou-se com a coragem que foi definhando. Libertei-me de mim própria, e das mais cruéis promessas. A chuva de Morte que caia do céu foi substituída por o arco íris da esperança.
‘ E a libertação soube ao sorriso mais cruel e beijo mais doce ‘
terça-feira, 23 de março de 2010
Aprendi a dividir a vida de sempre, entre os amores arrebatadores, e as paixões ardentes. Escolhi seguir em frente, e aprisionar-te no capítulo que eu quis. O problema, é que é difícil rasgar a folha com o teu nome. Aprendi que estavas lá quando eu queria, e te desejava. Apoderei-me daquilo que eras, e transformava-te naquilo que queria. De ti, queria a esperança de um lugar seguro. Afastavas-me da minha realidade, sem pudor nem vergonha, quando eu própria não o fazia, e atribuía-te o nome do pecado, sem saber que me afeiçoava à pessoa. Escolhia esconder-te o sentimento, atrás da indiferença que eras para mim, e tu continuaste com a tua vida, crente de que a minha indiferença dizia exactamente aquilo que eu sentia. Mas nunca o disse. Entre nós, o abismo do silêncio é fundo demais para ser atravessado, e tu, morreste sem o querer atravessar.
Agora, vou aprender a viver sem ti. O meu capricho cedeu ao orgulho imaturo de te ter só para mim. Cedi o meu lugar de Rainha, com esperança de um futuro melhor para ti, e apenas para ti.O egoísmo cego que me trouxeste partiu contigo. Deixo-te com remorsos de dor e sem lágrimas de saudade. Apercebi-me que não consigo ter saudades de ti. Não, enquanto te sentir tão perto de mim. Porque continuas Meu. E só Meu. Apenas cedi aquilo que nunca cheguei a ter.
Rasguei-te querido. E vive em paz
sábado, 13 de março de 2010
Não me importo que te rias permanentemente de todas as minhas tentativas inglórias por suster a esperança em ti. Nao me importo que te assemelhes inalcançável. Nunca me importei. Porque eu sempre gostei dos venenos mais lentos. Das bebidas mais amargas. Das drogas mais pesadas. Das ideias mais insanas. Dos pensamentos mais complexos. E dos sentimentos mais fortes. Nao te preocupes, a vida sempre me deu tudo, e sempre me tirou quando mais precisava. Por isso, tambem apreendi a gostar das mortes mais dolorosas. Mas tu, acabaste de nascer.
domingo, 7 de março de 2010
A N G E L

E o destino imortal segue-te até ao prazer infernal. Não tens salvação e nao imploras por ela. Sentes-te feliz no teu inferno particular, que em tempos pertenci. Despedi-me com sangue do divino suicidio e deixei a infernal miséria de felicidade que me proporcionavas. Tu vives no limite, e arrastas as presas contigo. Mas delas, não tenho pena. Sabes porque?
Porque todos os anjos merecem morrer. E eu, já fui um.
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