A partida não me entristece como já me entristeceu. A distancia fará esquecer-me tudo o que de bom ficar, e finalmente partirei rumo a uma vida limpa de sentidos e esperanças. As festas, os serões, as lágrimas e os sorrisos ficarão para trás, assim como a minha casa, o meu nome e o meu corpo. Não quero ter lembranças físicas nem psicológicas pelo que passei. Não quero marcas nem recordações. Quero a leveza e a pureza unidas ao sabor de uma nova vida. Unidas á esperança do que poderei vir a ser, sem todos vocês. Deixar-vos não foi uma escolha, foi a obrigação de um coração amargurado por tudo aquilo que fizeram.
A vida dará mais um passo em frente, e eu darei só mais um para trás. Serei tão insignificante para a vida do universo como aqui. O corpo ficará entregue á terra que um dia reneguei.
Porque um dia, ainda tinha esperanças.
domingo, 28 de junho de 2009
terça-feira, 23 de junho de 2009
quelqu'un d'hier
A nostalgia invade-me. A monotonia dos meus dias faz-me pensar mais em ti do que o desejado. Mas não me fazes falta. Apenas as tuas recordações me mantêm viva. Ainda. Consigo sentir te aqui. Consigo respirar o mesmo Ar que tu, e beijar-te ao mesmo tempo. Consigo percorrer todo o teu corpo e desejá-lo para a manha seguinte. Consigo ouvir o teu coração bater e sentir na minha pele o teu suor. Consigo descobrir um padrão na tua respiração acelerada e olhar para a tua danificada alma. Não é minha mas também não a quero. Apenas a desejo no auge dos nossos momentos. No sacrificio dos corpos e na nostalgia da minha solitária alma.
Na verdade, nem sei porque te escrevo. Nunca deste sinal de vida, porque também não a tens. Morreste e eu quero-te vivo. Deixei de acreditar em milagres, quando deixei de acreditar em ti. Mas tu, podes continuar a acreditar em mim. Não há perigo de te mentir, porque também não perguntas. Somos inquestionáveis e passageiros. Somo o espírito, a alma e o grito do mundo.
Segue-me, mas não me espreites. Agarra-me, mas não me sonhes. Beija-me, mas não me mordas. Adora-me, mas não me ames.
permettez-moi ou suivez-moi. Tout comme il n'est pas légitime.
Na verdade, nem sei porque te escrevo. Nunca deste sinal de vida, porque também não a tens. Morreste e eu quero-te vivo. Deixei de acreditar em milagres, quando deixei de acreditar em ti. Mas tu, podes continuar a acreditar em mim. Não há perigo de te mentir, porque também não perguntas. Somos inquestionáveis e passageiros. Somo o espírito, a alma e o grito do mundo.
Segue-me, mas não me espreites. Agarra-me, mas não me sonhes. Beija-me, mas não me mordas. Adora-me, mas não me ames.
permettez-moi ou suivez-moi. Tout comme il n'est pas légitime.
segunda-feira, 15 de junho de 2009
Vamos fingir?
Não faças barulho.
Não respires nem sequer olhes. Vou fingir que não te tenho por perto. Vou fingir que nao respiras o mesmo Ar que eu, e tu vais fazer o mesmo. Vamos ser indifrentes e inquestionáveis.
Porque fingir? Apenas porque tambem consigo jogar o mesmo jogo que tu. Por que tambem consigo dizer mentiras e agir com desprezo. Apenas porque tambem te consigo fazer desaparecer quando quero, e quando queres.
Vamos fingir que nao jogamos e que apenas vivemos. Vamos fingir que não conheço o teu sabor nem tu o meu corpo. Vamos fingir que és apenas tu e eu, apenas aquela. E finalmente tu, vais poder deixar de fingir que gostas de mim. E eu, vou finalmente fingir que tambem não gosto de ti.
Não respires nem sequer olhes. Vou fingir que não te tenho por perto. Vou fingir que nao respiras o mesmo Ar que eu, e tu vais fazer o mesmo. Vamos ser indifrentes e inquestionáveis.
Porque fingir? Apenas porque tambem consigo jogar o mesmo jogo que tu. Por que tambem consigo dizer mentiras e agir com desprezo. Apenas porque tambem te consigo fazer desaparecer quando quero, e quando queres.
Vamos fingir que nao jogamos e que apenas vivemos. Vamos fingir que não conheço o teu sabor nem tu o meu corpo. Vamos fingir que és apenas tu e eu, apenas aquela. E finalmente tu, vais poder deixar de fingir que gostas de mim. E eu, vou finalmente fingir que tambem não gosto de ti.
Amanha, no mesmo lugar, á mesma hora.
domingo, 14 de junho de 2009
quinta-feira, 11 de junho de 2009
K*
Éramos doentios. O pacto silencioso arrastava-nos para a loucura da noite, fazendo-nos esquecer a lucidez do dia. Não o dizia, mas secretamente esperava. Espera-te ardentemente, sabendo que os únicos momentos em que me era permitido ter-te eram nas noites regadas a álcool, em que a dolorosa consciência não se atravessava no nosso caminho.
Por causa de ti, transformei a noite no dia e as horas nos minutos. Nada me chegava. Nenhum beijo me saciava e nenhuma palavra me calava. Não te queria mas desejava-te. Afastava-me quando na realidade te prendia. Nunca percebemos, mas a barreira invisível tornou o pecado mais aliciante, os beijos mais escaldantes e o perigo mais delirante.
O dia traz-me a realidade. E tu não a és nem nunca foste. Traz-me a dor e a decepção. Talvez porque só existas de noite. Talvez porque só sirvas para o pecado. Talvez porque não goste de ti. Ou talvez porque goste.
Está a entardecer. Não te recordo com tristeza nem sequer com saudades. A noite aproxima-se e quer estejas incluído nela ou não, ela pertence-te. Mesmo que seja apenas em sonhos. Mesmo que nunca dure para sempre. Mesmo que não me ames, Não importa. Os pecados são incapazes de amar, por mais que digam que sim. Mesmo que te tente amar, e nunca passe disso.
Mesmo que tudo esteja a desaparecer. Mesmo que te estejas apenas a tornar no mortal que sempre foste.
Por causa de ti, transformei a noite no dia e as horas nos minutos. Nada me chegava. Nenhum beijo me saciava e nenhuma palavra me calava. Não te queria mas desejava-te. Afastava-me quando na realidade te prendia. Nunca percebemos, mas a barreira invisível tornou o pecado mais aliciante, os beijos mais escaldantes e o perigo mais delirante.
O dia traz-me a realidade. E tu não a és nem nunca foste. Traz-me a dor e a decepção. Talvez porque só existas de noite. Talvez porque só sirvas para o pecado. Talvez porque não goste de ti. Ou talvez porque goste.
Está a entardecer. Não te recordo com tristeza nem sequer com saudades. A noite aproxima-se e quer estejas incluído nela ou não, ela pertence-te. Mesmo que seja apenas em sonhos. Mesmo que nunca dure para sempre. Mesmo que não me ames, Não importa. Os pecados são incapazes de amar, por mais que digam que sim. Mesmo que te tente amar, e nunca passe disso.
Mesmo que tudo esteja a desaparecer. Mesmo que te estejas apenas a tornar no mortal que sempre foste.
sábado, 6 de junho de 2009
terça-feira, 2 de junho de 2009
Vicious
Gosto deste momento. Gosto deste tempo chuvoso, em que morres lentamente pela inconsciência. Não matas, mas também não deixas viver. Simplesmente te deixas navegar no tempo. Não gosto de ti. Não gosto da tua personalidade e da tua falta de sinceridade. Não gosto que sobrevivas por momentos. Tu também não. E é por isso que morres. Não consegues suportar o vício. A necessidade consome-te mais do que todas as outras forças, e na ausência de consumo, deixas-te apagar. Não te censuro. Sabes porque? Porque o vício que te salva, também é o que te mata. E quando morreres, ele continuará a viciar. Porque é ele o teu vício, não tu o dele.
segunda-feira, 1 de junho de 2009
Wish
Sempre que te pedirem tudo, tu das muito mais. Sempre que chegares á meta, cria uma logo a seguir. Sempre que desapareceres, apaga tudo á tua volta. Sempre que renasceres, ilumina o Mundo. Sempre que acordares, vive por ti e por aqueles que não podem.
Porque? Porque não podes pedir aquilo que desejas, mas podes fazer muito mais do que isso. Podes ser o desejo e a perdição. Podes ser a carne e a alma. Não recuses, também não aceites. Cria as regras e sobrevive a elas. Se não morreres, mais ninguém morrerá. Os limites impõe-te, as regras criam-te. A imaginação desenvolve-te. O amor mata-te.
Make it happen.
Porque? Porque não podes pedir aquilo que desejas, mas podes fazer muito mais do que isso. Podes ser o desejo e a perdição. Podes ser a carne e a alma. Não recuses, também não aceites. Cria as regras e sobrevive a elas. Se não morreres, mais ninguém morrerá. Os limites impõe-te, as regras criam-te. A imaginação desenvolve-te. O amor mata-te.
Make it happen.
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