sábado, 24 de outubro de 2009

Lembras?

Decidi colocar a tua fotografia numa prateleira empoeirada. Decidi pegar fogo às tuas lembranças e apagar os vestígios do meu corpo. Decidi pintar as paredes de azul e os móveis de branco. Esqueci cavalo branco e a noite quente. Finalmente, deixei de sonhar contigo. Não figuras nas minhas ambições, nem nos meus receios. De ti, espero a imparcialidade de alguém invisível. E em noites como esta, em que te via do alto e te sentia mais longe do que aquilo que realmente estavas, decidi que sempre o tiveste. Apercebi-me que nunca destrui o muro. Nunca acabei com as saudades. Nunca fiz esquecer pessoas. E tu, limitaste-te a observar a minha busca pela infelicidade que me porporcionavas.

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