domingo, 1 de agosto de 2010

H

Não queria. Mas de repente, vi-me a escorregar-te dos teus braços para a agua salgada. Salpiquei-te e, mais tarde, empurrei-te, mas tu não te importaste. Eras o espelho da mais pura felicidade, e eu não fugia à nossa regra. Sorrimos felizes, e cansados. Vim embora, tentado pela primeira vez na vida, que não percebesses que a minha momentânea zanga era a brincar. Mas percebeste. Puxaste-me para ti, como se não houvesse outro sitio onde pertencesse, e olhaste-me nos olhos como se fosse a primeira vez. E era. Todas as vezes eram as primeiras, e podiam ser as últimas. Deitamo-nos na areia, e encostei-me a ti. Não falámos. Mas também não precisávamos. Ficamos ali, ate que o sol se tornasse apenas em luz, altura em que os nossos corpos semi-nus pediam roupas. Vesti-mos as roupas e saímos da praia. Demos as mãos e voltamos as costas ao sol. Ele estava a ir-se embora, e nós também.

‘ O amor de histórias, fica aqui. O amor da vida, fica entre nós. Não é perfeito, nem nosso. Apenas o desejamos no auge do sentimento e da perca. Mesmo que nunca exista. Mesmo que nunca o queira. Mesmo que nunca te queira. ‘

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