quarta-feira, 18 de maio de 2011

Like a Ghost

Tudo voltou como se nunca me tivesse abandonado verdadeiramente. De repente, queres brincar comigo, como nunca brincaste antes. Queres fazer-me sofrer, como se fosse apenas uma estreante na tua dor. Queres-me beijar, com a paixão que nunca acreditas-te que havia. E eu não me estou apenas a deixar levar. Agora? Agora é muito pior. Agora, arrasto-te comigo. Arrasto-te para as profundezas que me desejas, e arrasto todos os outros. A vida não quer apenas viver, quer toda a morte que lhe puderes dar, e eu gosto. Não digo que te falta tudo, mas sei que eu te falto.
Nunca disse que era para sempre. Apenas também nunca acreditei em princípios. Caímos numa roda viciosa em que te consome a minha ausência, e te desperta todos os outros sentidos. Vês-me onde não estou e desejas-me quando não posso. Nunca cedes por orgulho, onde pecamos os dois. O meu orgulho pode não ser maior do que o teu, mas é mais forte. Vivo na prisão que criei para mim, rodeada do amor que não pedi, mas que sempre desejei. Rodeada de todos os contos que ansiava, sem nunca esperar realmente. E onde estou eu ? A escrever-te, não porque quero, mas porque preciso. A vontade sempre foi superior. E eu apenas uma mensageira.
E a ti, meu pequeno grande Amor, como te quero e te repudio. Como te desejo e te afasto. Como sei que sofres e que irás sofrer. Desculpa, amar-me foi apenas um dos maiores erros da tua vida. Eu apenas deixei que o cometesses.

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

From Hell, With Love.

As rosas são bonitas, porque não são perfeitas. Porque tudo o que têm de belo, tem de perigoso. Não há ilusão ou engano. Tudo está perfeitamente delineado nos contornos do caule. Primeiro vem a ilusão, só depois a dor de chegar ao perigo. O vermelho é o chamariz, a dor é o vicio permanente. A rosa é o amor eterno.

Cuidado. Cuida de ti e de todos os outros. Não dependes apenas daquilo que és, mas sim de tudo aquilo que fazem de ti. Vamos fingir que tens um nome. Que tens uma casa e que amas alguém. Vamos supor, indiscutivelmente, que assumes uma cara e uma identidade. Que desenhas um Mundo e consegues viver dentro dele. Vamos supor, que vestes-te todos os dias de quem és, e assumes o eterno como um estado de vida e não como um conto de fadas. E eu, vou fingir que te levo a serio. Vou assumir todas as responsabilidades de te ter como minha. E tu vais fazer o que sempre fizeste. Escreves uma carta de despedida, como tão bem sabes fazer. Despes uma vez mais a máscara de ferro perfeita que criaste, e apagas todos os vestígios mal espalhados. Coleccionar identidades não cria sonhos. Cria pesadelos.

E do fundo do Inferno, tu sorris satisfeita. Não és o que querias, mas também nunca foste tudo aquilo que sempre quiseram. Vives para desapontar, nem que para isso, tenhas de te desapontar também. Podes viver no inferno, mas não podes fingir que ambicionas o Paraíso. O que te falta, é a paz que tiras a todos os outros, e nunca chegas a devolver.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Bater de um coração.

Ignorar-me nunca foi tão bom. Finalmente, deixar de sucumbir à infinita persuasão da escrita e de todos os sentimentos à deriva. Mas não resisti mais. Voltei ao meu maravilhoso e mais cruel vicio, faminta.
A verdade, é sempre a verdade. Nunca comecei nenhum texto com ‘ A mentira’ mas já disse umas quantas delas. Nunca disse ‘ Está a começar’ mas sim’ Finalmente’. Nunca digo ‘ Está a acontecer’ mas sim ‘ Era uma vez’. Porque eu não vivo o presente, limito me a escrever sobre o passado. Não escrevo sobre o que vivo, mas sim sobre aquilo que não chego a viver. Porque a perdição começa ai. Naquilo que poderia ser, e nunca é . O impossível é sempre maravilhoso. O Amor é sempre doloroso. A morte é sempre o final. A vida é sempre o motivo.
Aperceber-me foi fácil. Parar não. Não controlo a parte mais irracional que sobreviveu em mim. Não consigo abdicar daquilo que penso que não me pertence. Não consigo despedir-me em vão de uma causa esquecida. Não, enquanto bater um coração.

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Porque eu..

Um dia, queria que tudo fosse desenhado à minha medida. Falhei. Voltei a falhar. E no dia que desisti de ser que sou, eis que alguém me deixa ser o seu Mundo. De repente, vi todos os meus insanos desejos a serem realizados. Tive o meu conto de fadas, sem vilão. Tive o meu primeiro beijo, sem remorsos. E agora?
Agora, vivemos como queremos e como seremos. Vivemos o que desenhamos sem espaço para apagar. Porque entre nós, não existem arrependimentos. Não existe tempo para falhas ou para recuos. Avançamos sem medo naquilo que não sabemos. Eu nunca te quis amar. Eu nunca te quis beijar. Eu nunca quis ser a tal. Mas consegui. Porque querer não basta. Porque desejar não chega. Porque amar nunca é suficiente.
Entre nós, existe o espaço de um erro. E nada mais. Nunca saberemos quem o irá cometer. Mas alguém o fará. O plano nunca foi perfeito, a vida nunca foi um conto, o Amor nunca foi fácil, Eu nunca fui um sonho.
Cuidado, a dor nunca foi o meu pecado. Mas sempre foi o meu vicio. Se não conseguir chegar até ela, vou fazer com que tu chegues. Porque eu gosto dela, e quero-a no auge da sua força. Não quero que sofras, mas quero-a por perto. A vida tem muito mais sabor, quando temos a morte mesmo ao pé. A vida é tudo, quando finalmente percebemos como a Morte não é nada. Amar-me nunca foi tão bom, depois de viveres a Dor de sentir. Morrer nunca foi tão doloroso, depois de sentires o prazer do Pecado. Nunca quis que fosses o meu vício, apenas outro viciado.
Segue-me, mas não me sonhes. Beija-me, mas não me Mordas. Adora-me, mas não me Ames. Vive-me, mas nunca me Mates.’

sábado, 15 de janeiro de 2011

Porque a mentira (?)

Vem contar-me uma mentira Bonita. Vem sentar-te junto a mim e soprar me as palavras aos ouvidos. Leva me para longe. Para onde nunca te atreverias a voar. Leva-me contigo, como se nunca tivesses levado ninguem. Faz me alguem, como se eu nunca tivesse sido ninguem. Diz me que me amas, como se nunca me tivesses odiado. Diz me que é para sempre, como se não tivesse acabado.

Vem, senta-te comigo, conta-me uma mentira bonita, como se nunca tivessemos vivido nesta terrivel realidade.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

You Always Be My Hero.

sábado, 8 de janeiro de 2011

New

Na verdade, sinto me completamente perdida. Perdi-me do Mundo, sem perceber que continuo a girar com ele. Permaneço na luta constante entre o bem e o desejo que me consome. Entre aquilo que sou e aquilo que me posso tornar. Aquilo que me podes tornar. Continuo indecisa nos dois Mundos, apesar de já ter escolhido um. Apesar de continuar a atar a corda ao pescoço e a lançar me do alto da falésia. Apesar de já ter dito o sim, antes de dizer o Não.
E naquela noite, apenas existia o inicio de tudo aquilo que o meu conto de fadas desejou. Existia o inicio daquilo que idealizava. Existia a prova final. Será que as coisas que mais desejamos são aquelas que mais queremos? Será que aquilo que consideramos o correcto pode apenas pertencer a uma ilusão coerente que nos atinge nos momentos de solidão?
E depois de te dizer sim, és meu, e eu nem te pedi. Entregaste-te de uma forma vulnerável e sedutora. E eu apenas me deixo contagiar. Deixo te que me pertenças sem te querer largar. Deixo te que penses que sou tua. Até eu conseguir pensar da mesma forma. Até me despedir da solidão que tanto gostava. Da vida que condenava. Deixo-te que me comandes, ate eu desejar.
A indecisão não existe. Apenas receio daquilo que pode ser, sem eu saber sequer como agir. O medo de tornar real o sonho apoderou-se de uma forma destrutível, viciosa, sedutora e irresistivelmente inegável. Eu quero-te. Eu tenho-te. Eu beijo-te quando eu quiser. À hora que me apetecer. No lugar que eu escolher. Porque tu és meu, e porque um dia também vou ser tua. Não interessa quando, interessa apenas o porque. Porque eu sei que te vou amar. E sei que nunca irás estar preparado para isso.