terça-feira, 17 de março de 2009

Ilusões


Nada fazia prever. A noite chuvosa prometia tudo, menos a tua presença. O serão regado a álcool e a convivências forçadas. A chuva caia e eu lentamente morria. As lembranças, o equilíbrio, a fala, nada me obedecia, era apenas uma sobrevivente no meio de outros tantos. Mas foi então que chegaste. Chegaste sem eu dar conta. No final da noite, o beijo que mudaria os meus tempos futuros foi esperado. Foi aguardado. Foi revelado como sendo uma armadilha fatal para a qual me arrastou. As memórias da minha noite limitam-se a isto.

Hoje, recordo esse beijo com uma certa tristeza. Não por ter acontecido, mas porque não irá mais acontecer. Recordo a chuva com nostalgia e o frio como um velho inimigo. Recordo te a ti com o calafrio característico no estômago. Não mudaste nada. Eu também não. Permanecemos os velhos combatentes. Desejei que estivesses aqui. Desejei que morresses. Desejei que me amasses. Agora apenas desejo que te vás embora. Desejo-o em pensamentos. Quero-te em vida. Continuo a desejar-te como na primeira vez, como se nunca tivesse provado o sabor a morango. O teu sabor. Continuo a desejar te como o fruto proibido. Talvez nunca tenhas passado disso. Talvez o sejas mais do que nunca.

A guerra começa. O purgatório terminou. O pecado deu lugar ao sentimento. Lutas para que isso não aconteça. Sempre lutaste. Lutas porque o teu medo e superior á razão. Lutas porque és cobarde o suficiente para me incluíres no teu fantasioso engano. E foste corajoso demais para me expulsar dele. Lutas para que eu não caia no erro de criar a minha própria ilusão. E eu luto, para te expulsar dela.

Sem comentários:

Enviar um comentário

tremidélaaas