sábado, 25 de julho de 2009

Partida parte II

Nao sinto pena nem saudades. Ás vezes, as desilusões chegam mesmo antes da ilusao começar.

Chegou a minha vez. Chegou a altura de partir e esquecer. Nao há nada que mereça ser lembrado. Vou sem remorsos. Talvez venha com eles, ou talvez nao.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

A dor atravessou-me o corpo como se me tivessem trespassado com uma lâmina. Não quis saber, como se esta já fizesse parte de mim. Continuei para a frente, a fugir do destino e da perdição. Só quando quis voar, é que me apercebi que já não conseguia. A minha asa restante limitava-se a bater indefesa e indiferente á minha perda. Abandonei os sonhos sem saber que eles também me abandonavam. Sem saber que não eram eles que precisavam de mim. Sem saber que tudo o que me restava, era voar.

Será que as asas se conseguem coser?

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Onde está a Rita?


Uma destas noites ( porque raio tem tudo de acontecer á noite? ) ia com ela ao meu lado, como sempre. Eu falava, e ela pacientemente ouvia. Parecia-me estranhamente calada. Parecia deslocada e desesperada. Perguntei-lhe o que se passava, mas ela ignorou-me. Não percebi bem porque. A Rita não é assim. A Rita traz a alegria no rosto e a felicidade emana-lhe dos poros. Voltei a perguntar-lhe,. Foi então que percebi que ela já não estava lá. Percebi então, que naquela noite, ela tinha a meta definida e o plano traçado. Percebi então que estava apaixonada. Deixei-a ficar para trás. Fiquei feliz por ela, mas triste por mim. Olhei para o chão, e a minha sombra já não estava lá.


Continuarei eu humana sem sombra? E ela? Continuará sombra mesmo estando apaixonada ?

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Afinal, nao sao os altos do poder. Mas sim o poder dos altos.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Ela abriu uma vez mais aquele segredo. Nada anunciava uma mudança. Essa já tinha acontecido á muito. Limitou-se a observar os meses passados. Uma por uma, as lágrimas invadiam-lhe a face. Não fez nada para as travar. Como sempre, estavam no sitio certo, á hora certa. Decidiu que a pena por si própria acabaria por vir ao de cima, e que o seu orgulho mesquinho iria ser imortalizado por as saudades doentias que ela sentia daqueles lábios.

Maldita sejas, pobre criatura. Nada nem ninguém te salvará do abismo onde te encontras. Continua a lutar pelos minutos de vida que te restam. Sabes que são poucos, por isso aproveita. Acabarás como todos os outros. Viva por fora, e morta por dentro. Salva o coração, e pede-me perdão.

domingo, 12 de julho de 2009

Repetições



Repete-se a despedida. Repete-se o Adeus e o nunca mais. Repete-se o amor magoado, o amor eterno e o amor desigual. Repito-me eu sem que nos tornemos a repetir. A mesma histórias com diferentes finais. Modificadas personagens e diversos momentos. Escrevo-te, porque a parte preenchida por ti, continua maior do que todas as outras. Escrevo-te, porque a esperança é sempre maior do que a tristeza. Escrevo-te, porque hoje não me apetece dizer
fim, mas sim ate já. Porque afinal, nunca reconheci o final como eterno, mas sim como passageiro.

Hoje, vou ser única, singular. Hoje, vou amar e deixar amar. Hoje, vou ser do Mundo e deixar de ser tua.



Larga-me. Hoje o final é meu e a história é tua.
Larga-me, hoje o olhar é meu e o corpo é teu.
Larga-me, hoje vou dançar e tu morrer.
Larga-me, porque hoje, e só hoje, a justiça só existe para um, a vitória é minha e a derrota tem o teu nome.

Amanha, vou dançar para outro final. Outra personagem e outro amor.
Amanha, vou olhar para trás, vou desesperar e gritar pelo nome que renunciei.
E tu, vais abraçar-me, agarrar violentamente a minha cintura e beijar-me o pescoço. Vais olhar-me nos olhos e desejar que diga o teu nome. A sala estende-se a nossa frente na escuridão da noite. O vinho espalhado no chão serve de armadilha. O vermelho predomina no corpo e na alma.Vamos dançar o amor, a alma, o corpo e a paixão. Vamos deixar a loucura viver. O tango dança-se com uma rosa vermelha, e eu, já a tenho.

Danças comigo?

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Caminhos

Hoje, contrariando todas as perspectivas e emoções, sinto-me triste. Não vou fazer disto o meu diário nostálgico e desesperado. Vou confessar o que sinto e o que penso.

A incompreensão suscita-me tristeza. A hipocrisia que reina a minha volta consegue de algum modo perfurar o meu mundo e trazer-me a tristeza quando devia reinar a alegria. Consegui resistir durante muito tempo, mas não consigo mais. As mentiras, as opiniões, as falsidades arrastam-me na incerteza de que para onde quer que vá, o que quer que faça e onde quer que esteja haverá sempre alguém que apontará para mim e dirá algo que faça com que o meu dia deixe de brilhar. As vezes, e fácil dizer que pode-se ignorar. Mas não, não pode. Não se consegue ignorar os sentidos. As vozes e os sussurros. Para mim, é mais fácil ignorar o que gosto, e deixar-me levar numa existência solitária, que ninguém veja, fale ou oiça.

As vezes, a invisibilidade e o melhor caminho.

terça-feira, 7 de julho de 2009

Borracha.

“ A passagem de um ciclo intensificou-se com cada lágrima que deitei. O fogo de artifício deu lugar ao fim. Desejei comemorar tal como a chuva de cores no céu fazia, mas não consegui. Limitei-me a contemplar a felicidade, como sempre fiz, e a deixa-la ir embora.

No final, deixei a esperança e uma rosa branca. “

Caminhava sobre a aprovação e o barulho intenso do fogo do céu. Não me apetecia ir embora, mas sabia que o tinha de fazer. Sabia que tinha de dizer não, quando queria dizer sim. Sabia que tinha de avançar para a frente quando gostaria de voltar atrás. Sempre soube mas sempre ignorei. O derradeiro momento parecia sempre longe aos meus olhos. Mas ele chegou e não há como o evitar. Esqueceste-te de mim quando todos se lembraram. Apagaste-me tal como te apaguei. Agora, que queria que fosses meu, já não és mais.

Mas alguma vez foste?

domingo, 5 de julho de 2009

Porque?


‘- Andei dias a evitar comunicar contigo. Queria saber quanto tempo conseguiria existir no Mundo, sabendo que não estavas nele. Hoje descobri onde chegam os meus limites. Sinto-me derrotada na vida que criei para mim e frustrada no mundo do qual me expulsaste. Vou dizer chega aos sonhos que me atormentam à noite, às vidas despedaçadas do dia e as esperanças secretas da tarde. ‘

Os teus limites, são também os meus. Não quero saber onde acabam, mas sim quando começam, porque é ai que começa a loucura e o sonho. A perdição, a paixão e o amor. Não te vou pedir a carne e o coração. Porque não preciso. Das me o céu e a terra. Das me alento e desatino. Dás a vida e dás a morte. Porque és sossego. Porque és paixão e contradição. Porque sempre foste e sempre serás. Não importa onde e com quem. Não te esqueças, vou pedir o Mundo quer possas carregá-lo, ou não.


Não gostas de visitar os sonhos das outras pessoas á noite? Então porque o fazes?

sábado, 4 de julho de 2009

Vamos dizer nao?

Vamos dizer não aos beijos, aos abraços e ao olhares. Vamos dizer não a corrente, ao rio e às marés. Vamos dizer não á praia mais bela, o sorriso mais doce e a noite mais quente. Vamos dizer não ao amor passageiro, ao amor infernal e ao amor do céu. E juntos, vamos dizer não um ao outro.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Quero tanto viver ali.