Hoje, contrariando todas as perspectivas e emoções, sinto-me triste. Não vou fazer disto o meu diário nostálgico e desesperado. Vou confessar o que sinto e o que penso.
A incompreensão suscita-me tristeza. A hipocrisia que reina a minha volta consegue de algum modo perfurar o meu mundo e trazer-me a tristeza quando devia reinar a alegria. Consegui resistir durante muito tempo, mas não consigo mais. As mentiras, as opiniões, as falsidades arrastam-me na incerteza de que para onde quer que vá, o que quer que faça e onde quer que esteja haverá sempre alguém que apontará para mim e dirá algo que faça com que o meu dia deixe de brilhar. As vezes, e fácil dizer que pode-se ignorar. Mas não, não pode. Não se consegue ignorar os sentidos. As vozes e os sussurros. Para mim, é mais fácil ignorar o que gosto, e deixar-me levar numa existência solitária, que ninguém veja, fale ou oiça.
As vezes, a invisibilidade e o melhor caminho.
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