segunda-feira, 23 de novembro de 2009

A promessa

Nesta noite dançada vou levar-te ao limite de quem sou. A realidade desce sobre nós como uma parada fúnebre. Nós ouvimos e sentimos. Mas sentimos como nunca antes sentimos. Deixamos que o toque seja a folha de papel. Deixamos que o som deixe de ser o comando da vida. Vamos renunciar às palavras. Vamos renunciar ao amor e juntos, vamos renunciar da noite. Do dia. E mais tarde, da vida.
Existe algo que não compreendemos. Existe ainda um oceano mais fundo, e uma noite mais quente. Existe algures uma sepultura onde todas as mágoas jazem. Mesmo que queira, não a encontro. E o silêncio que emana dela traz-me todas as noites as lembranças mais dolorosas. O mundo paralelo. É a perdição e o encontro. É o desejo e a loucura. É a fome e a morte. É a insustentável dor do belo, do perigo. Do amor. Da saudade.
E o sangue derramado não passa de uma celebração à vida. Nunca fiz por o ter, mas a vida dá-me tudo, e tira-me aquilo que mais quero. Prepara-te para saíres dela tão depressa quanto entraste porque eu, passei a querer-te.

Sem comentários:

Enviar um comentário

tremidélaaas