domingo, 1 de novembro de 2009

Reflexões. II

A terra é pequena demais para todos os vivos e todos os mortos que ela contem. Centenas e centenas de gerações. Amores e desgraças pisaram o chão que eu já pisei. Viveram aquilo que eu já vivi e choraram aquilo que eu ainda tenho para chorar.

Passei por aquele cemitério porque ficava na rota da minha comum vida. Decidi entrar. Sem destino e liberdade. Dirigi-me ao túmulo que figurava nas minhas ambições. Olhei em volta e não estava ninguém por perto. Sentei-me no chão. E simples acreditar no amor quando sabemos que é impossível. Ate hoje, limitava-me a lutar porque achava que tudo era possível. Depois desistia, derrotada. Gritava contra os amores impossíveis e perdia a paz de espírito. Finalmente, consigo sentir o que é a derrota. Não se trata de uma palavra, de uma pessoa ou de um momento. A única barreira da vida é a morte. Deparei-me com ela, quando olhei para o túmulo dele. A tristeza infinita abalou o Mundo que construi à altura dos meus sonhos.
Levantei-me e andei pelas secções de famílias. Histórias enterradas. Não me apetecia ir embora tão cedo. Apetecia-me desenterrar todos os segredos e vidas que não cheguei a conhecer. E dei por mim a depositar uma rosa branca no túmulo da minha vida. Se nos desencontramos, porque continuo a viver à tua espera?
Liberta-me.

Sem comentários:

Enviar um comentário

tremidélaaas